JOGO SUJO
‘Crime está se escondendo à vista de todos’, diz delegado sobre facção que usava apostas e influenciadores

A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), revelou que a facção criminosa alvo da Operação Ludus Sordidus, deflagrada nesta quinta-feira (21), utilizava estruturas sociais aparentemente legais para mascarar atividades ilícitas como tráfico de drogas, estelionato, jogos de azar e lavagem de dinheiro. João Bosco, Sebastião Lauze (Dono da Quebrada), Ozia Rodrigues (Shelby, Disciplina), Dainey Aparecido, o Deniz Bet e Renan Curvo.
O delegado Antenor Júnior Pimentel Marcondes, responsável pela investigação, explicou que o grupo contava com uma rede complexa, que envolvia figuras conhecidas da internet. “O crime está se escondendo à vista de todos, sendo aceito nos meios sociais e usando fachadas como a de presidente de time de futebol, influenciadores digitais e donos de casas de apostas. Como se essas apostas fossem legalizadas, mas nem todas são”, afirmou o delegado.
Durante a apuração, a Draco identificou que os criminosos agiam por meio de estruturas chamadas de “Bets”, que simulavam plataformas de apostas esportivas. Dois grupos principais eram mencionados: o “Gol Bets” e o “Campeão Bets”. Segundo o delegado, essas operações eram ramificações da facção, com atuação direta em bairros de Cuiabá e Várzea Grande.
O delegado também destacou a atuação de um influenciador digital Deniz Bets que ostentava imóveis de luxo, carros importados e grandes quantidades de dinheiro em espécie, e que era ligado diretamente à estrutura da facção.
“Tem uma foto bem característica dele com uma pilha de dinheiro. Ele já foi preso por tráfico, tem um conceito ‘queimado’, mas circulava com naturalidade nas redes, acumulando seguidores e promovendo apostas ilegais”, explicou Marcondes.