Resistência
Doutora Isabel Taukane / Foto: Reprodução
A publicitária Isabel Taukane, do povo Kurâ-Bakairi, é a primeira indígena a se tornar doutora pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Nesta segunda-feira (11), a jovem defendeu a tese: “Kurâ Iwenu” (A Nossa Pintura): Performance e Resistência na pintura corporal Kurâ-Bakairi” no programa de pós-graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (PPGECCO).
Em entrevista exclusiva ao Muvuca Popular, Isabel afirmou que essa não é uma vitória só dela, mas de todas as lideranças indígenas, pois as vagas e bolsas nas universidades foram conquistadas com muita luta pelo movimento indígena, que infelizmente, viu o governo federal fazer inúmeros cortes na educação, que afetaram estudantes de todo o país.
“Esse momento é bem crítico para nós indígenas, porque a abertura das bolsas não foi assim dada para os povos indígenas, ela foi uma luta, uma luta histórica. Eu vejo o acesso a graduação e pós-graduação como um projeto social, porque agora que nós estamos nos formando, saindo das universidades para poder auxiliar de uma forma qualificada e ser um exemplo para nossas comunidades. E essa luta indígena pela qualidade da educação, de ter bons profissionais, tanto nas organizações, quanto nas áreas indígenas é uma luta do movimento indígena”, afirmou.
Foto: arquivo pessoal
Ainda segundo a doutora, é extremamente importante que os povos indígenas tenham a oportunidade da pós-graduação, para que possam levar para a comunidade a visão ampla que se adquire dentro da universidade através das pesquisas. No entanto, o fim do Proindi (Programa de Inclusão e Permanência de Alunos Indígenas) é um obstáculo para que os povos indígenas continuem buscando a graduação. Para Isabel, essa medida do Governo Federal tem o intuito de emburrecer e empobrecer as minorias do país, tanto intelectualmente quanto financeiramente.
“É uma política desse governo, que quer fechar as universidades, para os povos, para os índios, para os negros. Acho que é muito prejudicial para essas populações. A gente vê que historicamente, surgiu no governo do Partido dos Trabalhadores (PT) a abertura para essas populações, e a gente está em outra proposta de governo, um governo elitista, e ele quer emburrecer todas essas populações pobres, nos empobrecer de todas as formas, nos empobrecer financeiramente e intelectualmente, uma manipulação eu vejo assim. Porque o que esse acesso faz? Esse acesso faz que a gente tenha criticidade sobre as coisas, e sobre o que não se quer”, ressaltou a publicitária.
Em sua tese de doutorado, Isabel defendeu a pintura corporal indígena como uma performance, e discutiu sobre a importância dessa arte para os povos. “Para que tenha mais divulgação, informação e reconhecimento sobre essas manifestações culturais do meu povo, que através da arte da pintura corporal, para que seja mais uma divulgação, reconhecimento mesmo dessa arte. Porque essa arte ocidental ela subalterniza as artes que são outras, arte indígena, afro, populares”, finalizou.
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Orgulho para a nação indígena |
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