The news is by your side.

Quilombo Abolição em MT recebe projeto de incentivo a jovens cientistas, com laboratório maker

Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Reprodução

O Quilombo Abolição, em Santo Antônio do Leverger (MT), tem uma história de resistência. Surgiu como abrigo para a família de Dionísio Antônio Vieira, que fugia de ameaçadas sofridas em Goiás, após o decreto oficial de alforria aos negros e negras. O cenário era inseguro e se refugiar, uma questão de sobrevivência. Há 20 anos atrás, a comunidade foi reconhecida como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares. Hoje possui 400 moradores, que vivem da produção de rapadura, açúcar mascavo e outros derivados da cana-de-açúcar, além da agricultura familiar. Ainda enfrentam desafios, como a falta de regularização fundiária, mas aprenderam ao longo do tempo que o que têm de mais relevante é a sua trajetória e a força da cultura negra.

É neste lugar, de grande importância para história de resistência negra do Estado e do país, que o projeto “Mais Ciência na Escola em Mato Grosso” acaba de chegar, através da Escola Quilombola Maria de Arruda Muller.

Na comunidade, já está em atividade o laboratório do projeto, com impressora 3D, tablets de telas imersivas, notebooks, televisão e outros equipamentos avançados.

Esses laboratórios são o coração do projeto Mais Ciência na Escola em Mato Grosso, que enxerga um potencial cientista em alunos quilombolas, indígenas e de comunidades tradicionais, dando a eles a oportunidade de pesquisar seus saberes, suas realidades, para a partir daí compreenderem o mundo.

“Um projeto muito bonito, que nos faz manter a utopia, a esperança nesses jovens, como cidadãos que irão tomar decisões no futuro, que irão entrar nas universidades, sair da condição de negligenciados e participar das transformações do nosso país”, acredita Lisanil da Conceição Patrocínio Pereira, coordenadora do projeto no Estado, que está levando laboratórios avançados a 15 escolas estaduais de Mato Grosso.

O Mais Ciência na Escola é um programa do Governo Federal e envolve dois ministérios (Educação e Ciência e Tecnologia e o FNCT – Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia), com financiamento do CNPq. A instituição proponente em Mato Grosso é a Unemat.

O diretor da Escola Estadual Quilombola Maria de Arruda Muller, Urias Bom Despacho e Silva, afirma que a Abolição está muito feliz por ter sido lembrada: os alunos, seus pais, profissionais do ensino, os moradores em geral. “Quando trabalhamos com pesquisa, estamos literalmente plantando a semente do conhecimento. Então, agradecemos o privilégio de sermos contemplados. Iremos fazer do laboratório um campo de aprendizado para evolução da nossa comunidade”, afirmou.

Coordenadora da escola, Eva Nunes Silva, é só alegria. “Estou muito feliz, pois esse projeto, além de melhorar muito a escrita dos alunos, também trará visibilidade para a nossa comunidade. Desta forma, estamos dando início a futuros pesquisadores. Só o processo de fazer currículo lattes desse meninos e meninas já foi um avanço dentro da escola”.

Para a professora Rosilene Rodrigues Maruyama, coordenadora do Mais Ciência na Escola Quilombola Maria de Arruda Muller, esta é uma oportunidade de valorização dos alunos, da unidade escolar em si e da comunidade:

“Desde que a escola foi criada a gente vem evidenciando as práticas quilombolas e agora, com este laboratório, nossos alunos avançarão ainda mais nas pesquisas sobre a nossa história, a nossa cultura, a nossa vida, sabendo que ela tem sim muito valor”.

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceitarconsulte Mais informação