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Mato Grosso tem uma das maiores coleções entomológica da América Latina

Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Reprodução

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, abriga um verdadeiro tesouro da ciência: a coleção Entomológica de Mato Grosso Eurides Furtado (CEMT). Com mais de 1 milhão de insetos preservados, o acervo é referência internacional em pesquisas sobre biodiversidade, conservação e genética.

Criada em 1987 e rebatizada em 2022 em homenagem ao naturalista Eurides Furtado, a coleção é coordenada pelo professor e curador Fernando Z. Vaz-de-Mello, que entrevista ao GD, explicou a importância científica do espaço.

“Hoje pode-se afirmar que a CEMT é uma das maiores e mais ricas coleções de insetos do Brasil e da América Latina, especialmente nos grupos de besouros (Coleoptera) e borboletas e mariposas (Lepidoptera). É um importantíssimo depositório da biodiversidade brasileira”, destaca o pesquisador.

A coleção ganhou destaque nas redes sociais nas últimas semanas, após um cuiabano mencioná-la em um vídeo gravado na Avenida Paulista, em São Paulo, por uma influenciadora digital conhecida por abordar curiosidades em suas redes sociais.

Ary Guilherme comentou sobre os coleópteros, conhecidos popularmente como besouros rola-bostas, que são importantes indicadores de biodiversidade e atuam no equilíbrio dos ecossistemas.

Atualmente, cerca de 90% do acervo é composto por espécimes da superfamília Scarabaeoidea, que inclui os populares rola-bostas. Esta é a parte mais representativa da coleção, considerada a melhor da América Latina. Além disso, a CEMT possui hoje mais de 7.200 espécimes-tipo, utilizados como referência na descrição de novas espécies. Dentre eles, 233 são holótipos — exemplares únicos que servem como padrão para a identificação oficial de uma espécie. Alguns desses são tão raros que talvez sejam os únicos existentes no mundo.

“A coleção pode ser considerada jovem, mas temos um acervo muito importante de material-tipo, bastante relevante para a comunidade científica. Além disso, cada besouro tem uma curiosidade para contar. Temos exemplares dos maiores, menores, mais pesados, que parecem feitos de ouro ou prata, com formas, cores e brilhos variados (em alguns casos, refletem luz polarizada!). Precisaríamos de muitas horas para abordar esse item”, pontuou.

Os besouros cumprem funções ecológicas vitais: são recicladores de matéria orgânica, polinizadores, controladores de pragas e até dispersores de sementes.“Os besouros representam cerca de 25% da biodiversidade brasileira. Conhecê-los é entender melhor o funcionamento da natureza”, reforça o Dr. Jorge Arias-Buriticá, pesquisador da história da CEMT.

As coletas de novos exemplares continuam sendo realizadas, muitas vezes em parceria com outras universidades e centros de pesquisa. Esses expedientes, contudo, dependem quase sempre de financiamento público, um dos maiores desafios enfrentados pelas coleções científicas no Brasil.

Apesar do antigo nome “Museu Regional de Entomologia”, a CEMT não tem caráter expositivo. Segundo o curador e professor. Dr. Fernando Vaz-de-Mello, o foco da coleção é exclusivamente científico: “nosso papel é conservar e estudar a biodiversidade, não expor vitrines. Cada exemplar aqui é uma fonte de conhecimento para a ciência”.

Mesmo assim, com a construção do novo Centro de Pesquisas em Coleções Zoológicas (CPCZ) da UFMT, prevista para 2025, a universidade planeja abrir um espaço educativo para aproximar a sociedade desse universo fascinante.

Pesquisadores interessados em visitar ou estudar a CEMT devem entrar em contato diretamente com o curador, Prof. Dr. Fernando Vaz-de-Mello, pelo e-mail: [email protected].

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