NINGUÉM ASSINOU NADA
“Cid exime Bolsonaro e supostos envolvidos de toda forma; é um golpe fake”, diz Ranalli

Durante declaração à imprensa na manhã desta terça-feira (10), o vereador Rafael Ranali (PL), defendeu a fragilidade dos indícios que sustentam a narrativa de uma tentativa de golpe envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, os depoimentos recentes, incluindo o do tenente-coronel Mauro Cid, indicam que nenhuma medida concreta foi formalizada.
“Provavelmente (Jair Bolsonaro) será preso porque estão induzindo a isso, mas eu ontem vi o depoimento do Cid, que exime de toda forma o Bolsonaro e supostos envolvidos. Ninguém assinou nada, ninguém teve coragem de colocar no papel”.
O parlamentar classificou o episódio como um “golpe fake” e ironizou a ideia de uma tentativa real de ruptura institucional sem o apoio das Forças Armadas. “Quem toma uma República sem Exército, sem Marinha, sem Aeronáutica? Isso é uma narrativa mal construída, fake”, completou.
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou na segunda-feira (9), os interrogatórios dos réus do núcleo 1 da apuração quanto a um esquema sobre uma suposta trama para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro na presidência da República após a derrota nas eleições de 2022. No total foram denunciadas 31 pessoas.
Em depoimento, o ex-ajudante de Ordens, tenente-coronel Mauro Cid confirmou articulações golpistas para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que Bolsonaro leu e editou minuta golpista, no entanto, não citou incentivos diretos aos atos de 8 de janeiro.
Os acusados respondem a cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Se condenados, as penas somadas para cada um podem chegar a 46 anos de prisão. As oitivas ocorrem em audiência presencial, na sala de sessões da Primeira Turma do STF, em Brasília. Os depoimentos começaram na segunda-feira, 9, com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.