Resistência de federais por rodízio causa mal-estar no União e gera dificuldade na formação de chapa

Kamila Araújo

O União Brasil não está chegando a um consenso quando o assunto é rodízio entre os eleitos e suplentes de deputado federal pela agremiação. A medida, inclusive, tem sido tema de embates internos e estaria dificultando a formação da chapa proporcional para a disputa que ocorre no próximo ano.

A maior resistência é por parte do deputado federal Coronel Assis, que teria condicionado sua licença da Câmara dos Deputados a uma nomeação como secretário estadual de Segurança Pública.

Apesar de o rodízio ter sido acordado entre os candidatos em 2022, o congressista alega que tinha um acordo com o governador Mauro Mendes (União) para que ele assume a pasta e assim possa contemplar um dos suplentes da legenda.

Correligionários do União, especialmente os deputados estaduais, que desde o início da atual legislatura tem cumprido com o combinado de rodízio, cobram o mesmo emprenho dos federais em reunião interna realizada na semana passada. Quem tem puxado a fila da cobrança é o deputado estadual Júlio Campos.

O fato teria feito com que Assis revelasse o acordo com o governador. Mendes, por sua vez, negou que tenha feito esse compromisso, e o clima pesou.

Acontece que, diante da resistência de Assis em abrir espaço aos suplentes, a deputada federal Gisela Simona, que ocupa a cadeira do titular Fábio Garcia, atual secretário-chefe da Casa Civil, também se viu no direito de não sair para beneficiar os demais colegas. Ela afirma que só abrirá espaço se o seu colega de bancada fizer o mesmo.

O fato tem gerado desconforto no União Brasil e está dificultando a captação de novas lideranças para formar a chapa da agremiação para o pleito do próximo ano. Os próprios suplentes estariam resistentes a disputar a eleição novamente pela sigla.