COLAPSO FINANCEIRO
SISPUMC vai solicitar suspensão de novos consignados e cartões de crédito para servidores municipais

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cuiabá (SISPUMC) vai encaminhar um ofício ao prefeito Abílio Brunini solicitando a suspensão temporária da contratação de novos empréstimos consignados, bem como a suspensão da adesão a cartões de crédito consignados pelos servidores públicos municipais.
O anúncio foi feito pelo presidente do Sindicato, vereador Adevair Cabral durante a sessão desta terça-feira (10). De acordo com o parlamentar, a medida busca proteger os servidores do crescente superendividamento, agravado pelos descontos automáticos na folha de pagamento.
“Tem servidor recebendo apenas R$ 99 no salário líquido, porque o restante é todo comprometido com consignados e cartões. Cerca de 80% dos servidores estão endividados. A situação é crítica e precisa de uma resposta urgente da Prefeitura”, afirmou Adevair.
Ele destacou ainda que há bancos e financeiras tentando incluir novos contratos na folha de pagamento do município, o que, segundo ele, só amplia o problema. “Vamos fazer esse documento e encaminhar ao prefeito pedindo a suspensão de novas adesões e dos cartões de crédito que hoje estão levando muitos servidores ao colapso financeiro”, completou.
Na semana passada, o vereador Dilemário Alencar, líder do Executivo na Câmara Municipal de Cuiabá, solicitou ao prefeito a imediata suspensão das parcelas referentes aos cartões consignados dos servidores públicos municipais. Ele pontua que a legislação vigente faculta em até 35% do salário com o consignado tradicional, mas há casos de ofertas de inúmeras instituições bancárias que disponibilizam mais 5% de margem via cartão, mas sempre com juros altíssimos e prazos extremamente longos, de até 120 meses.
As ponderações dos parlamentares ocorrem em meio a um contexto de medidas semelhantes adotadas pelo governo estadual. A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) suspendeu todos os descontos de empréstimos consignados contratados por servidores estaduais com seis empresas, após denúncias de sindicatos.
Ainda em maio, o Tribunal de Contas instalou uma mesa técnica para discutir soluções conjuntas com Executivo, Legislativo, Ministério Público, Defensoria Pública e entidades sindicais para a crise dos empréstimos consignados do estado.