REPERCUSSÃO
Max Russi defende apuração sobre emendas e diz que é preciso “separar o joio do trigo” entre instituições

Patrícia Neves
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Max Russi (PSB), afirmou nesta segunda-feira (16) que é necessário “separar o joio do trigo” ao comentar sobre os institutos beneficiados com emendas parlamentares em Mato Grosso. A declaração ocorreu após a publicação de reportagem do UOL, que indica uma investigação da Polícia Civil envolvendo 14 deputados estaduais, um prefeito e um secretário de Estado, por suspeita de participação em um esquema de desvio de recursos públicos por meio da destinação de emendas a organizações do terceiro setor durante o período eleitoral.
Russi avaliou: “Cada um pode fazer sua fala, a sua defesa. Os citados vão fazer as suas defesas e vão colocar a realidade dos fatos. É importante que tudo seja apurado com tranquilidade. Cada deputado, de forma pontual, tem colocado isso, discordando. E cada um pode fazer a sua fala, a sua defesa, procurar o seu encaminhamento. A AL, enquanto instituição, vai acompanhar e esperar que a investigação seja feita”. A reportagem do UOL aponta que os parlamentares destinaram emendas para o fornecimento de kits agrícolas, via instituto, mas com sobrepreço que chega a R$ 10,2 milhões.
Ele também chamou a atenção para a necessidade de não generalizar as suspeitas às instituições, considerando que existem mais de 13 mil em atuação.
Segundo Russi, o processo de execução de emendas envolve diversas etapas técnicas, desde a análise nas secretarias até a prestação de contas. “A emenda é positiva, é aprovada e depois vai para a secretaria. Lá, o quadro técnico faz a análise. Só então ocorre o pagamento. A execução do projeto é fiscalizada por meio da prestação de contas. Se for constatada alguma irregularidade, como execução parcial ou divergente, é necessário fazer a glosa, o ressarcimento. Isso está previsto, e já vi acontecer tanto no Estado quanto em municípios,” explicou.
Acho que, na sua grande maioria, são instituições sérias e que fazem um bom trabalho. Nada é 100% perfeito. Assim como não existe 100% de deputados com problemas, também não existe nenhuma carreira que seja 100% isenta de falhas. Tudo tem seus problemas. O que precisamos é separar o joio do trigo – o que é bom e o que é ruim. O que é ruim tem que sair do mercado, e o que é bom tem que continuar prestando um bom serviço. Existem instituições ligadas a igrejas, a lideranças comunitárias… Tem todo tipo de instituição. Por isso, não podemos dizer que todas são ruins”.