DEFENDE CANDIDATURAS AVULSAS
Cattani critica aumento de fundo eleitoral: “se você quer ser político, você pague a sua campanha”

Kamila Araújo
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) criticou o aumento no fundo partidário aprovado pelo Congresso Nacional nesta semana, após a derrubada do veto do presidente Lula. O valor, que foi corrigido pela inflação, terá um acréscimo de R$ 168 milhões em relação ao previsto inicialmente, chegando a R$ 1,368 bilhão em 2026.
Para Cattani, o mecanismo representa uma distorção do processo democrático e deveria ser extinto.
“Sou totalmente contra o fundão, sempre fui e sempre vou ser. Só que, se ele existe, nós somos obrigados a fazer parte dele também, se não você fica em desvantagem na eleição. Mas eu, da minha parte, o fundão não deveria existir”, disse
O parlamentar também defendeu candidaturas avulsas e campanhas financiadas com recursos próprios, comparando a escolha política à de qualquer outra carreira profissional.
“Se você quer ser advogado, você paga sua faculdade de direito. Se você quer ser político, você paga a sua campanha”, completou.
Mesmo reconhecendo que, na prática, o uso do fundo é quase obrigatório diante da estrutura atual do sistema eleitoral, Cattani se coloca como um defensor de mudanças que reduzam o peso do financiamento público nas disputas eleitorais.
Segundo ele, a atual regra privilegia os grandes partidos e desestimula a renovação política.
O projeto
Na terça-feira (17 de junho de 2025), o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Lula, que impedia o orçamento de prever correção inflacionária do fundo partidário — o fundo contínuo que financia a estrutura dos partidos ao longo do ano
Com essa derrota do veto, o valor total disponibilizado saltou de cerca de R$ 1,200 bilhão para R$ 1,368 bilhão, um incremento de R$ 168 milhões, que será repartido entre os partidos proporcionalmente ao tamanho de suas bancadas — por exemplo, PL e PT tiveram acréscimos estimados de R$ 23,8 mi e R$ 18,8 mi, respectivamente
A medida provocou críticas por ampliar ainda mais o acesso dos grandes partidos a verbas públicas, elevando questões sobre transparência, prioridades fiscais e desigualdade entre candidaturas, especialmente em um momento de restrições orçamentárias.