QUE SEJA APURADO
Relatório da CGE que aponta sobrepreço em emendas está disponível aos deputados, diz Mauro

O relatório elaborado pela Controladoria Geral do Estado (CGE), que identificou indícios de sobrepreço na compra de materiais destinados à agricultura familiar com recursos oriundos de emendas parlamentares, já está à disposição dos deputados estaduais. A informação foi confirmada pelo governador Mauro Mendes na noite de segunda-feira (23). A partir da auditoria da CGE, a Polícia Civil instaurou inquérito e apura o possível envolvimento de 14 parlamentares na destinação dos recursos. O caso ganhou repercussão nacional após reportagem publicada pelo portal UOL apontar supostas irregularidades no uso das emendas.
Entre os citados e que já se manifestaram, os deputados Faissal Calil (Cidadania), Fabinho (PSB), Carlos Avallone (PSDB) e Wilson Santos (PSD) negaram qualquer irregularidade. Na semana passada, a Assembleia Legislativa aprovou requerimento para convocar o Controlador Geral do Estado, Paulo Farias Nazareth Netto, a fim de prestar esclarecimentos sobre o conteúdo do relatório da CGE.
Durante pronunciamento, o governador Mauro Mendes destacou que o documento está acessível aos parlamentares e defendeu cautela nas acusações.
“A CGE não fez nenhuma acusação a qualquer deputado. O que ela fez foi identificar um sobrepreço e apontar isso no relatório, mas em nenhum momento citou nomes de parlamentares ou fez menção direta a eles. Esse relatório será disponibilizado à Secretaria de Agricultura Familiar, que poderá analisá-lo com mais precisão, assim como os próprios deputados”, disse.
Mauro ainda alegou “eu, pessoalmente, ainda não tive a oportunidade de ver o relatório elaborado pela Polícia Civil. Sempre disse, e repito, que já fui acusado injustamente no passado e, anos depois, fui inocentado. Isso aconteceu mais de uma vez. Lamento profundamente por isso e não desejo que ninguém passe por essa situação. Em 2014, quando vivi algo parecido, enfrentei graves consequências na minha vida, mas graças a Deus consegui superar. Por isso, defendo cautela. Ainda não li o relatório e, desde que retornei, venho tentando conversar com a própria Polícia Civil para entender melhor alguns pontos que estão sendo comentados nos bastidores. Não sei o que é verdade ou especulação, e quero esclarecer isso”.