CONTRA O FECHAMENTO
Maluf defende que governo compre a Santa Casa: “falta apenas formalizar no papel”
Kamila Araújo

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Guilherme Maluf, defendeu nesta segunda-feira (30) que o Governo de Mato Grosso formalize a compra da Santa Casa de Cuiabá, unidade de saúde que enfrenta impasses judiciais e risco de fechamento.
Integrante da Comissão Permanente de Saúde do TCE, Maluf afirmou que, na prática, o Estado já desembolsou cerca de R$ 30 milhões com a locação do prédio e investimentos em reformas, o que, segundo ele, justifica a aquisição definitiva do hospital.
“Foi gasto já R$ 30 milhões de locação da Santa Casa, além de investimentos em reforma. Então, do ponto de vista prático, o Estado já está comprando, falta apenas formalizar no papel”, declarou o conselheiro.
Segundo Maluf, o TCE acompanha as negociações e articula uma solução junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), responsável pelos processos trabalhistas que envolvem o hospital e que podem resultar no leilão do imóvel.
“Nós estamos na fase de ouvir o TRT, que está com esses processos. É preciso colocar o Governo do Estado, a Secretaria de Saúde e o Tribunal do Trabalho sentados à mesa para encontrar uma equação que impeça o fechamento da Santa Casa”, pontuou.
A proposta defendida pelo conselheiro e já levantada pelo presidente do TCE, Sérgio Ricardo, prevê transformar os recursos pagos pela locação em parcelas da compra do hospital, sem necessidade de ampliar o orçamento estadual.
“Isso cabe perfeitamente no orçamento do Estado. Não estamos falando de criar despesas extras, mas de redirecionar o que já vem sendo gasto”, explicou Maluf, lembrando que outros hospitais estaduais estão em fase final de entrega, o que reforça a necessidade de planejamento e estruturação da rede de saúde pública.
A Santa Casa de Cuiabá, um dos principais hospitais de referência da capital, está sob intervenção do Governo do Estado desde 2019, após grave crise financeira e paralisação dos atendimentos.
Atualmente, segue em funcionamento, mas enfrenta incertezas quanto ao seu futuro, já que o governador Mauro Mendes (União) anunciou que fechará a unidade assim que o Hospital Central for inaugurado, em setembro deste ano.