ASSUSTADOR
Adolescentes planejavam matar pais da garota e qualquer um que impedisse “sonho proibido”
Da Redação

Patrícia Neves
O casal de adolescentes (menino de 14 e garota de 15) apreendidos pelo triplo homicídio que chocou o país pretendia seguir com a sequência de crimes em Mato Grosso, segundo revelou o delegado Mateus Soares Augusto, da Polícia Civil de Água Boa. A menina, de 15 anos, foi apreendida na noite de segunda-feira (30) em cumprimento a ordem judicial expedida pela Justiça do Rio de Janeiro. A ideia do ‘casal’ era matar qualquer pessoa que pudesse impedi-los de viver o ‘sonho proibido’.
Segundo o delegado, o plano dos dois era assassinar também os pais da adolescente de 15 anos assim que o namorado, de 14, chegasse ao estado. A informação foi divulgada após a análise de mensagens entre os dois. O delegado classificou o conteúdo das mensagens trocadas entre os dois como “assustador”.
“As conversas que verificamos são extremamente perturbadoras. A frieza com que falavam sobre como cometer os assassinatos e se livrar dos corpos assusta até os policiais mais experientes”, relatou o delegado.
Durante a investigação, foi identificado que o adolescente comunicou à namorada, por mensagem, que havia atirado no próprio pai. Em resposta, a garota escreveu: “Atira nela”, referindo-se à mãe do rapaz. Esse trecho evidencia a participação ativa da jovem no crime.
A jovem está apreendida em Água Boa (MT), à disposição do sistema socioeducativo. Ela era esperada pelo namorado, que confessou ter matado os pais e o irmão de 3 anos em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, no dia 21 de junho. O crime teria sido motivado pelo veto dos pais à viagem até Mato Grosso para conhecer a namorada, com quem mantinha um relacionamento virtual há mais de seis anos – desde os 9 anos de idade, quando se conheceram por meio de um jogo online.
Após a apreensão do adolescente, a Polícia Civil do Rio de Janeiro confiscou o computador usado por ele e, com o apoio da PJC de Mato Grosso, analisou o histórico das conversas com a jovem. Segundo o delegado que acompanha o caso em MT, ficou comprovado que a adolescente foi muito mais do que apenas uma confidente: ela atuou como incentivadora direta dos assassinatos.
Durante os assassinatos, que aconteceram enquanto as vítimas dormiam, o garoto teria enviado uma mensagem dizendo: “Atirei no meu pai”. Em resposta, a namorada escreveu: “Atira nela”, em referência à mãe dele. A polícia afirma que o diálogo comprova participação ativa da garota, que acompanhou parte do crime por videochamada e recebeu imagens das vítimas em tempo real.