PODCAST HABITAÇÃO EM PAUTA
Incorporadora familiar de MT entrega 13 mil casas e projeta 2 mil por ano
Patrícia Neves

O terceiro episódio do podcast Habitação em Pauta recebeu os diretores Edgar Veggi e Edy Veggi, da Paiaguás Incorporadora. Um negócio de pai para filho, a empresa é hoje uma das maiores incorporadoras genuinamente mato-grossenses, com mais de 12 mil unidades habitacionais entregues no Estado. A empresa nasceu entre 2009 e 2010, já com atuação efetiva no mercado e tem como meta ampliar, de mil, para duas mil o número de entregas por ano. Clique aqui e assista.
Durante a entrevista conduzida por Leandro Guimarães e Diogo Reis, os convidados compartilharam a trajetória da empresa familiar, construída com base em conhecimento técnico e propósito social. O início, marcado por incertezas e pela necessidade de rápida adaptação ao mercado, exigiu coragem.
Ed Veggi, fundador, relembrou sua trajetória até a criação da empresa. Contou que atuava na Caixa Econômica Federal como gerente regional da Construção Civil e, ao se deparar com um mercado despreparado para a implantação de novos projetos habitacionais, decidiu colocar seu conhecimento a serviço da realização de sonhos.
“O começo não é romântico, é sempre muito trabalho. Não é fácil ser empresário. Começamos a batalha e fomos evoluindo. O Edgar tinha 18 anos, entrou na faculdade e se tornou sócio”, contou.
Edgar Veggi, atual diretor executivo da empresa, relembrou que começou na incorporadora e passou por diversas áreas, da engenharia à administração, antes de assumir a gestão. Enquanto Edy se dedicava à parte comercial, Edgar foi o responsável por organizar os processos e estruturar a equipe. A atuação complementar dos dois foi essencial para a consolidação da empresa.
“A gente precisa fazer o básico, mas bem feito, para atender às exigências. A Caixa é um banco muito criterioso. Fui passando por todas as áreas, organizando, montando equipe, estruturando a gestão. Com o tempo, assumi a direção executiva”.
Edy também destacou o aprendizado prático ao longo dos anos. “Aprendi que, para ter uma construtora, é preciso estar atento ao mercado”.
Hoje, a incorporadora atua nas quatro faixas do programa habitacional federal, após retomar a Faixa 1 – suspensa desde 2015 por inviabilidade econômica. A decisão de retorno foi baseada na nova realidade do mercado e em uma análise criteriosa do cenário nacional e estadual. Cerca de 90% dos empreendimentos da empresa estão inseridos no Minha Casa, Minha Vida.
A empresa agora se prepara para uma nova fase. Segundo Edgar Veggi, a meta para os próximos anos é ultrapassar duas mil unidades entregues anualmente. A projeção é sustentada pelo crescimento populacional de Mato Grosso – um dos estados que mais receberam novos moradores no país – e pela sinergia com os programas habitacionais do Governo Federal e do Estado, como o Programa Ser Família Habitação, idealizado pela primeira-dama Virginia Mendes.
“Já entregamos mais de 12 mil unidades em Mato Grosso e também nos aventuramos fora do Estado, com 525 casas entregues em Rondônia, especificamente em Porto Velho, com os residenciais Cancun I e II”, contou Edgar.
O apresentador Diogo Reis ressaltou que “para quem atua no mercado de incorporação, esse número é bastante expressivo, considerando o curto espaço de tempo em que foi alcançado”.
Dignidade
Desde o início, a Paiaguás manteve o foco no compromisso social, com forte presença nas faixas do programa Minha Casa, Minha Vida. A entrega das primeiras unidades foi um momento simbólico para Edgar, que percebeu ali o impacto humano do trabalho que realizavam, o de oferecer moradia a famílias em situação de vulnerabilidade.
“O dia em que entregamos as primeiras unidades da Faixa 1 foi emocionante. Entreguei a chave para uma senhora que estava em lágrimas. Aquilo me fez criar um propósito. É uma experiência única, principalmente quando você entrega para alguém em completo desamparo. Ver a felicidade daquela família… Para essas pessoas, Faixa 1, Faixa 2, Minha Casa, Minha Vida, tudo isso é muito gratificante. Vai muito além do papel, do tijolo e do cimento.”