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CONSUMO DE CARNE

Pregamos para convertidos

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*Por Luciano Vacari

Diversos fóruns nacionais e internacionais relacionados à cadeia da carne
brasileira têm discutido a comunicação do setor. Esses eventos, com a
participação de pessoas de governo, iniciativa privada e também de
universidades têm, de maneira geral, demonstrado que quando realizada de
maneira sustentável, a produção de proteína animal é parte da solução para o
desenvolvimento regional e cumprimento de vários dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Em algumas regiões do mundo é fato que haverá uma redução do consumo da
carne, especialmente em áreas já mais desenvolvidas economicamente, onde
cresce o número de vegetarianos e, principalmente, flexitarianos.

Flexitarianos são aquelas pessoas que aderem aos movimentos como “segunda
sem carne” ou mesmo buscam reduzir a quantidade consumida. Também deve
crescer o número de pessoas que reduz o consumo total de carne vermelha, mas
aumenta o consumo de cortes com maior valor agregado e qualidade. Em outras
regiões do mundo, especialmente a Ásia e a África, a tendência é de aumento
do consumo per capita e total, já que sua população cresce
consideravelmente. Além do aumento per capta, também há classes sociais que
devem aumentar o consumo de maior valor agregado.

A China hoje tem uma população de 1,5 bilhão de pessoas, quase 18% do total
mundial. O consumo médio per capita é de apenas 7 kg. Ainda é pouco quando
comparado aos demais países desenvolvidos, mas o volume total é gigantesco.

Entre aumento do consumo e crescimento de grupos que não comem carne, cabe
uma reflexão: por quê o setor tem sofrido tantos ataques? Existem inúmeros
fatores, como associar a carne bovina ao desmatamento ilegal e ao
aquecimento global, mas precisamos falar das soluções. O setor precisa se
unir. Toda a cadeia produtiva, produtores, indústrias e associações.

O tema é constantemente discutido em fóruns mundiais e até mesmo nas
discussões dos churrascos entre amigos, mas o ponto é que, quando visto o
relato dos encontros, fica evidente: não é apenas no Brasil onde a cadeia da
carne sofre com as informações com poucas bases científicas. Em todos os
países, a produção de carne tem se defendido. A conclusão é que o setor é
reativo, e não pró-ativo.

Já se perguntaram os motivos por que alguém se torna vegetariano? Existem
diversos artigos científicos que falam sobre isso. A maior parte deles
aponta alguns motivos: religião, relação com a mudança climática, perda de
biodiversidade.

Tradições têm se perdido com o avanço dos tempos. O frango com macarrão de
domingo, perdeu para o almoço no fastfood. O bifinho da semana deu lugar ao
peixe, ou até mesmo a comida que fica pronta no microondas. Cada um desses
temas poderia ser foco das instituições envolvidas com a cadeia.

Chamar cientistas, estudiosos, marqueteiros e elaborar materiais não para os
convertidos. Afinal, hoje a maior parte da cadeia prega para convertidos, ou
pior, na maioria das vezes pregamos para quem não quer nos ouvir. Falamos
entre nós e para nós mesmos. Quando vamos falar para o público da cidade?

A comunicação precisa ser com o consumidor. Temos que mostrar o que fazemos,
como fazemos, de onde veio e para quem fazemos, e sim, temos muito o que
mostrar de bom.

*Luciano Vacari é gestor de agronegócios e CEO da NeoAgro Consultoria.

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