PREOCUPAÇÃO
“Cidadão quer orçamento na saúde, educação e estradas”, diz Mendes ao criticar aumento de deputados
Patrícia Neves

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), criticou mais uma vez a proposta de ampliação no número de deputados federais e estaduais no país. Segundo ele, a medida representa um aumento desnecessário de despesas públicas e vai na contramão das prioridades da população.
“Eu, particularmente, sou contra. Nós não precisamos de mais parlamentares no Brasil, não de aumentar a despesa. Daqui a pouco, pedem mais orçamento, porque vão querer aumentar mais seis deputados aqui. Nós já gastamos quase 1 bilhão de reais. Olha só: 1 bilhão de reais para a Assembleia”, afirmou.
A preocupação do governador se concentra no efeito orçamentário da proposta. Para ele, o acréscimo de cadeiras inevitavelmente pressionaria os cofres públicos por mais repasses ao Legislativo, reduzindo recursos que poderiam ser destinados a áreas essenciais.
“Se vierem mais seis deputados, eles podem pedir mais orçamento por conta disso. O cidadão quer orçamento na saúde, na educação, nas estradas, em tantas obras. E assim é no Brasil inteiro”, completou Mendes, ao enfatizar o que considera ser a demanda real da população.
Embora a proposta esteja amparada por critérios técnicos de representatividade, respaldados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a atualização da proporcionalidade entre estados, o governador cita que o foco deve estar em devolver à sociedade os impostos pagos, com serviços e investimentos concretos:
“Acho que ele [presidente Lula] deveria ter coragem de vetar, porque eu acredito que a maioria da população brasileira, em Mato Grosso, não quer aumento de despesa dentro dos poderes – seja ele do Executivo ou do Legislativo.
MEDIDA
Aprovada há quase vinte dias, a medida prevê a redistribuição de cadeiras legislativas com base nos dados do Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE. Caso aprovada, a Câmara dos Deputados passaria de 513 para 531 parlamentares, incluindo dois novos representantes por Mato Grosso. No âmbito estadual, o estado pode ganhar mais seis cadeiras na Assembleia Legislativa, elevando de 24 para 30 o número de deputados estaduais.
Lula tem até o dia 16 para decidir sanciona ou não o projeto. O presidente pode seguir por dois caminhos: vetar integralmente o projeto; ou não vetar, nem sancionar – permitindo que o Congresso promulgue o texto.