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POR UM ENSINO DE QUALIDADE

Abílio diz que educação de Cuiabá “não é do PT” e defende concessão de escolas à rede privada

Patrícia Neves

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Em meio à polêmica quanto ao pagamento de 1/3 de férias para os profissionais da educação e ao anúncio de suspensão de reformas das unidades escolares para a quitação dos valores aos professores, o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), fez críticas ao modelo de gestão da educação nos últimos anos e anunciou que estuda a possibilidade de privatizar parte da rede municipal de ensino a partir de 2026. Segundo ele, a atual estrutura estaria contaminada por interesses políticos e falta de cobrança por resultados. O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (17), na Câmara Municipal de Cuiabá. 

Abílio defendeu a adoção de parcerias com a iniciativa privada. A rede municipal atende a cerca de 59 mil alunos atendidos em 160 unidades escolares. “No ano que vem nós vamos ter parceria com a iniciativa privada e vamos abrir vagas nelas e vamos avaliar todos os desempenhos aqui no nosso município. E se tiver a oportunidade de terceirizar a educação do município, contratando pela iniciativa privada quem vai ministrar aula também no nosso município, se a gente for fazer isso um percentual, nós faremos”, declarou.

O prefeito disse que irá cobrar desempenho dos professores e da estrutura da Secretaria Municipal de Educação, e criticou duramente o que chamou de “uso político da pasta” pela gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).

“Aqui nós temos, não, mas é de um conjunto. É de um conjunto. Não é só dos professores, é de um conjunto. De um conjunto da Secretaria que não cobrava resultados, de coordenadores que não cobravam resultados, de gente que estava mais interessada em fazer da Secretaria de Educação um cabide de palanque político. Usaram a Secretaria de Educação durante os últimos 8 anos, muito mais vocacionada a um projeto eleitoral do que, de fato, relacionada a um projeto de resultados para as nossas crianças.”

Abílio também afirmou que vai levar escolas cívico-militares para Cuiabá e reforçou que não aceitará “professor brincando em sala de aula”, em referência à suposta falta de comprometimento com a qualidade do ensino.

“Nós vamos fazer, nós vamos cobrar tudo que puder. Porque eu não vou levar isso na brincadeira. Não vou levar isso também, não vou transformar a educação do município de Cuiabá num ato político-partidário. Não vou fazer isso. A educação do município de Cuiabá não é do PT, não é desse pessoal da esquerda. A educação do município de Cuiabá é do cidadão cuiabano, que precisa que os seus filhos tenham resultados melhores.”

O prefeito também rebateu cobranças de professores da rede municipal por direitos acumulados, como o pagamento do 1/3 de férias em atraso desde 2020. Ele sugeriu que os educadores precisam apresentar resultados antes de reivindicar reajustes ou benefícios:

“Quer cobrar direitos? Quer cobrar direitos? Apresente resultados. Apresente resultados. Porque os direitos não poderiam ser justamente o incentivo para que a educação tivesse números melhores?”

“Porque o professor mesmo falou que há quatro anos eles não recebem. Eles estão lutando para receber uma coisa que há quatro anos eles não recebem. Então, assim, será que não é um déficit nesses direitos? Não é justamente o que está sendo refletido nesses números?”

Abílio comparou ainda os indicadores educacionais de Cuiabá aos de municípios do interior, que, segundo ele, têm estrutura inferior, mas desempenho melhor:

“Se você observar, muitos municípios do interior, com remuneração muito inferior aos servidores do município de Cuiabá, sem a infraestrutura que a gente tem aqui, sem o material, sem o uniforme, o desempenho desses alunos está muito melhor. É muito mais claro. Vai a uma cidade do interior: o custo de vida é mais caro do que aqui. O custo de moradia no interior é mais caro. O custo de alimentação no interior é mais caro do que aqui.”

O discurso provocou reações imediatas entre parlamentares da base e da oposição. A proposta de privatização e a cobrança por desempenho sem a garantia de pagamento dos direitos já conquistados geraram controvérsia nas galerias da Casa.

 

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