2026 À VISTA
Júlio Campos exalta Tarcísio como opção, mas manda recado a novatos da política: “processo divisório é ruim”
Da Redação

O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) saiu em defesa da construção de uma candidatura forte para enfrentar Lula nas próximas eleições presidenciais e não poupou críticas a movimentações internas que, segundo ele, fragilizam o campo conservador. “Eu sempre achei que tinha que preparar uma opção. Eu acho o {governador de São Paulo e possível pré-candidato ao Palácio do Planalto}, Tarcísio de Freitas, uma grande opção, mas não é só ele”, disse, em entrevista nesta sexta-feira (18).
Campos elencou nomes que considera viáveis para disputar o Planalto, em um recado claro ao que ele vê como excesso de egos e falta de unidade. “Nós temos o Ratinho Júnior, governador do Paraná. Nós temos o governador de Minas. Nós temos o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Nós temos o Ronaldo Caiado, que é nosso, da União Brasil, governador de Goiás. O que precisa é ter união.”
O tom de alerta veio carregado de experiência e críticas veladas a disputas internas recentes. Campos usou como exemplo a eleição municipal em Cuiabá para ilustrar o custo político da divisão. “Se nós dividimos, dificilmente a gente ganha essa parada. Porque quando divide, se viu o que aconteceu com o Cuiabá. Começou aquela demanda interna, aquela briga entre Eduardo Botelho e Fábio Garcia, o que que deu? Não fomos nem para o segundo turno.”
Sem citar diretamente iniciantes ou aventureiros da política, Campos fez questão de frisar que processos eleitorais desorganizados, movidos por vaidades, só favorecem o adversário. “Todo processo divisório é ruim, ainda mais numa eleição difícil. Porque não se muda não. O Lula é um cidadão que ressuscita das cinzas, saiu da cadeia e ganhou a eleição.”
Sobre a indefinição de Mauro Mendes em disputar o Senado em 2026, Júlio foi direto: esse tipo de demora pode atrapalhar o grupo. Ele relembrou uma situação semelhante no passado. “Realmente é complicado, né? Até pelo exemplo anterior. O governador Mauro Mendes, quando tinha tudo para ser reeleito prefeito de Cuiabá, desistiu no último dia. Tivemos que improvisar a candidatura do Wilson Santos. Terminamos perdendo para o Emanuel Pinheiro, que não estava nem sequer pré-candidato”.
Apesar disso, reconheceu que Mendes tem um estilo próprio de conduzir a política e garantiu que o governador liberou aliados para começarem a construir projetos majoritários. “O que nos conforta é que ele nos liberou. Na última reunião do Palácio, já disse para você que ele liberou o partido, Jayme Campos e outros políticos, para construir o projeto de pré-candidatura a governador e senador”.
No fim, Júlio Campos ainda adiantou o que pode ser uma prévia da chapa de 2026. “Ele tá à disposição. Ele disse: ‘Se eu sair, não vai ser dose dupla, vai ser eu e Virgínia que vamos disputar o mandato em 2026. Eu para o Senado e a Virgínia para o mandato da Câmara dos Deputados ou a Assembleia Legislativa’”.