SAIU EM DEFESA
Fagundes critica restrições a Bolsonaro: “É inaceitável, antidemocrático”
Kamila Araújo

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) classificou como “inaceitáveis” e “antidemocráticas” as recentes restrições impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para o parlamentar, as medidas, que incluem a proibição de participação em lives, inclusive com familiares, e limitações quanto à aparição em redes sociais , representam um cerceamento de direitos fundamentais previstos na Constituição.
“O presidente Lula, mesmo preso, podia dar entrevistas. Por que Bolsonaro, que nem sequer está condenado, não pode? Por que essa restrição tão abrupta?”, questionou Fagundes. “Nós do PL não aceitamos essa posição. Achamos isso antidemocrático. A Constituição é clara: só se tira direitos após trânsito em julgado.”
O senador ainda afirmou que Bolsonaro nunca se furtou a dar explicações públicas e sempre esteve acessível à imprensa. “Ele quer conversar, dar satisfação à sociedade. Isso é democracia. Quando um jornalista não puder mais perguntar e um político não puder mais responder, deixamos de viver em um país democrático”, afirmou.
Ao ser questionado se as medidas cautelares enfraquecem o capital político de Bolsonaro, Fagundes rejeitou a ideia. “O bolsonarismo está enraizado. Ele é o único líder político que ainda consegue mobilizar o povo em massa. Um homem que sofreu uma facada, enfrentou cirurgias, e mesmo contra recomendações médicas, vai às ruas. Isso é compromisso com o Brasil.”
Fagundes também criticou o que considera “dois pesos e duas medidas” na Justiça brasileira. Ele citou o caso de uma cabeleireira condenada a 14 anos por protestar com um batom — em alusão à expressão “perdeu, mané” atribuída a um ministro do STF — enquanto, segundo ele, invasões do MST ocorrem sem punições severas. “O cidadão comum, o jornalista, o trabalhador, todos devem ter o direito de se manifestar. Isso é democracia plena, e não estamos vivendo isso no país hoje”, declarou.
Entre as restrições impostas estão a proibição de manter contato com outros investigados, a impossibilidade de usar redes sociais e de participar de transmissões ao vivo — inclusive com aliados e familiares, como o deputado Eduardo Bolsonaro.
Aliados do ex-presidente, como Wellington Fagundes, têm criticado as decisões judiciais e sustentado que as restrições afrontam liberdades civis e políticas garantidas pela Constituição Federal.