PEÇA CENTRAL
Mãe e dois filhos da família Volpato compõe núcleo central de esquema de R$ 21,7 mi
Maryelle Campos

A primeira fase da operação que investiga um esquema de desvio de R$ 21,7 milhões do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) apontou três integrantes da família Volpato como peças centrais da investigação. A mãe, Luiza Rios Ricci Volpato, e seus filhos João Gustavo Ricci Volpato e Augusto Frederico Ricci Volpato foram presos na manhã desta quarta-feira (30), na primeira fase da operação Sepulcro Caiado.
Conforme a ordem judicial, assinado pelo magistrado Moacir Rogério Tortato, as investigações, as duas empresas vinculadas a família, RV Empresa de Cobrança LTDA e Labor Fomento Mercantil LTDA, supostamente estão envolvidas no esquema de desvio de R$20 milhões da Conta Única do TJMT, entre os anos de 2018 e 2022. A Polícia Civil cumpriu 11 mandados de prisão e a família deve passar por audiência de custódia ainda pela tarde, até lá, os três seguem presos.
De acordo com trecho da decisão judicial, “os elementos reunidos durante a investigação e as condutas apuradas gravitam em torno de um núcleo centralizado na figura de João Gustavo Ricci Volpato, seus familiares e empresas a ele vinculadas, com envolvimento direto de advogados, como Régis Poderoso de Souza, Wagner Vasconcelos de Moraes, Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes, Themis Lessa da Silva, João Miguel da Costa Neto e Rodrigo Moreira Marinho, sempre com a colaboração de servidores lotados no Poder Judiciário”.
Ainda conforme a decisão, “os indícios apontam para um modus operandi estruturado e reiterado, sustentado por aparência de legalidade e uso indevido da atuação profissional para conferir aparência de regularidade às fraudes realizadas. O grupo criminoso ajuizava ações de cobrança e, sem o conhecimento das partes rés, simulava a quitação da dívida via depósito judicial, juntando aos autos comprovantes de pagamentos falsificados. Com isso, um servidor fazia a migração do respectivo valor da Conta Única do TJMT para a conta vinculada ao processo, para que houvesse fundos para o resgate do alvará”.
Os levantamentos iniciais identificaram 17 processos protocolados pela quadrilha, dos quais 13 possuem como parte autora o investigado João Gustavo Ricci Volpato, além de outros três processos ajuizados pelas duas empresas em que ele atua como sócio.
“Essa família faz parte do núcleo central e agora nós vamos aprofundar a efetiva participação de cada um. Estão ligados por um elo familiar, mas agora precisamos identificar qual foi a efetiva participação dessas pessoas. Só forneceram o nome,se tinham ciência dessas práticas”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Pablo Carneiro.
As empresas também foram alvo de busca e apreensão e as próximas fases da operação devem avançar nos próximos dias, quando os envolvidos serão escutados.