CIDADANIA ARGENTINA
Argentina oferece cidadania a investidores estrangeiros em nova política de Milei
Mix Vale

A Argentina, sob o governo de Javier Milei, anunciou em 31 de julho de 2025 uma política que permite a estrangeiros solicitar cidadania ao realizar “investimentos relevantes” no país, conforme o Decreto 524/2025. A medida, divulgada pela Casa Rosada, deixa a definição do valor mínimo a cargo do Ministério da Economia, gerando incertezas. Além disso, a norma exige avaliação de segurança para garantir que os interessados não representem riscos à nação. A iniciativa ocorre em meio a restrições mais amplas à imigração, como a cobrança de serviços de saúde e educação para estrangeiros, impactando diretamente brasileiros, que formam uma comunidade significativa no país. A política reflete a tentativa de Milei de atrair capital externo enquanto prioriza recursos públicos para cidadãos argentinos.
A nova regra integra uma série de mudanças migratórias implementadas desde maio, quando o Decreto 366/2025 restringiu o acesso de imigrantes a serviços públicos. Brasileiros, que representam 22,5% dos turistas na Argentina em 2024, enfrentam dificuldades crescentes devido ao aumento do custo de vida e à cobrança de mensalidades em universidades públicas. A medida visa equilibrar as finanças públicas, mas gera debates sobre seus efeitos em comunidades estrangeiras, especialmente a brasileira.
- Principais pontos da nova política:
- Investimentos relevantes permitem solicitação de cidadania.
- Ministério da Economia definirá valores aceitáveis.
- Avaliação de segurança será obrigatória para candidatos.
- Medida busca atrair capital sem comprometer interesses nacionais.
Nova política de cidadania por investimento
O anúncio do Decreto 524/2025 detalha que estrangeiros com aportes financeiros significativos poderão pleitear a cidadania argentina, mas o governo ainda não especificou o montante necessário. O Ministério da Economia terá autonomia para avaliar caso a caso, considerando o impacto econômico do investimento. A medida é vista como uma tentativa de atrair capitais estrangeiros em um momento de crise econômica, com inflação anual de 193% em outubro de 2024 e 52,9% da população vivendo na pobreza, segundo o INDEC. A falta de clareza sobre os valores, porém, levanta questionamentos sobre a viabilidade e acessibilidade da iniciativa.
Além disso, a política inclui uma análise rigorosa de segurança. Cada candidato será avaliado para garantir que não represente ameaça à segurança nacional ou aos interesses do país. A Casa Rosada destacou que a medida também alinha a Argentina aos requisitos do programa de isenção de vistos dos Estados Unidos, embora a implementação dessa isenção possa levar anos. A exigência de segurança reflete a postura de Milei de priorizar a soberania nacional em suas reformas.
A nova regra surge em um contexto de mudanças profundas na política migratória argentina. Desde maio, o governo impôs restrições que afetam diretamente imigrantes, incluindo brasileiros, que enfrentam dificuldades para acessar serviços públicos essenciais. A cobrança de mensalidades em universidades públicas e a exigência de seguro médico para turistas e residentes temporários aumentaram os custos para permanecer no país.