CONFRONTO
Garimpeiro morre em confronto durante operação contra mineração ilegal na Terra Indígena Sararé
Kamila Araújo

Um garimpeiro morreu na manhã desta sexta-feira (1º) após ser baleado durante uma operação de fiscalização contra a mineração ilegal na Terra Indígena (TI) Sararé, em Pontes e Lacerda, a cerca de 480 km de Cuiabá. A vítima, que não portava documentos e segue sem identificação oficial, chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
A ação foi conduzida por equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com apoio da Polícia Civil. Segundo o órgão ambiental, os agentes realizavam a abordagem a veículos suspeitos de transportar equipamentos usados em garimpos ilegais quando foram surpreendidos por uma tentativa de ataque.
De acordo com o Ibama, uma caminhonete avançou contra a equipe e os policiais. Diante da ameaça, os agentes reagiram e, durante a troca de tiros, um dos ocupantes do veículo foi atingido. O Corpo de Bombeiros foi acionado e realizou os primeiros socorros no local. A vítima chegou a ser levada de helicóptero a um ponto próximo ao hospital de Pontes e Lacerda, mas sofreu parada cardiorrespiratória e morreu pouco após dar entrada na unidade médica.
A Terra Indígena Sararé, habitada por povos da etnia Nambiquara, tem enfrentado uma escalada de invasões ilegais nos últimos anos. Com cerca de 67 mil hectares, é considerada uma das áreas mais impactadas pelo garimpo ilegal no Brasil. Estima-se que pelo menos 2 mil hectares tenham sido destruídos pela atividade, alimentada por grupos criminosos armados que atuam na região.
Desde 2023, o Ibama vem ampliando as operações de combate ao garimpo na região. Mais de 300 escavadeiras já foram apreendidas ou destruídas, além de motores e outros equipamentos utilizados na extração ilegal de ouro.
A atividade garimpeira clandestina na TI Sararé não apenas compromete o meio ambiente, mas também coloca em risco a saúde e os modos de vida das comunidades indígenas que vivem na área. As autoridades afirmam que as ações de fiscalização devem continuar, com reforço no combate a organizações criminosas que exploram ilegalmente o território indígena.