EM RESPEITO AS VÍTIMAS
Justiça restringe acesso e transmissão do júri de acusado de chacina em Sorriso
Kamila Araújo

O julgamento de Gilberto Rodrigues dos Anjos, acusado de assassinar brutalmente Cleci Calvi Cardoso e suas três filhas, não será transmitido ao vivo e terá acesso restrito ao público. A decisão foi tomada pelo juiz Rafael Depra Panichella, da comarca de Sorriso, onde o júri ocorrerá na próxima quinta-feira (7), a partir das 8h30.
De acordo com o magistrado, a medida visa preservar a dignidade das vítimas e de seus familiares, além de garantir a ordem e a imparcialidade do julgamento. Somente poderão entrar no plenário pessoas diretamente envolvidas no processo, como juízes, promotores, advogados, servidores do tribunal e forças de segurança. Familiares das vítimas precisarão comprovar o grau de parentesco por meio de cadastro até o dia 5 de agosto.
A imprensa poderá acompanhar os trabalhos no plenário, desde que faça o credenciamento prévio, mas estará proibida de realizar qualquer tipo de filmagem, fotografia ou transmissão em tempo real. Segundo a decisão, todo o material autorizado será fornecido exclusivamente pela assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Autoridades que comparecerem ao júri também deverão respeitar a limitação de espaço e estão proibidas de se manifestar publicamente durante o julgamento, com o objetivo de evitar politizações do caso.
O crime
Gilberto é acusado de invadir a residência da técnica de enfermagem Cleci Calvi Cardoso, em Sorriso, no dia 23 de novembro de 2023, e matar a mulher e suas três filhas: Miliane, de 19 anos, Manuela, de 13, e Melissa, de 10. Os corpos foram encontrados quatro dias depois, quando o marido de Cleci, que estava em viagem, não conseguiu mais contato com a família e acionou a polícia.
O acusado foi localizado escondido em uma construção ao lado da casa onde cometeu o crime. Desde então, permanece preso na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá.
Histórico criminal
Além da chacina, Gilberto já foi condenado em dois outros processos. Em maio deste ano, recebeu pena de 17 anos de prisão pelo assassinato do jornalista Osni Mendes Araújo, ocorrido em 2013, em Mineiros (GO). Em outro caso, foi sentenciado a mais de 22 anos de prisão por estupro, tentativa de feminicídio e lesão corporal, praticados em setembro de 2023 em Lucas do Rio Verde (MT).