VALORIZAÇÃO DA ÁREA CENTRAL
Presidente da CDL defende continuidade da obra do Mercado Municipal Miguel Sutil
Da Redação

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Cuiabá, Junior Macagnam, afirmou ser totalmente favorável à transformação do Mercado Municipal Miguel Sutil, localizado no coração da capital, e defendeu a continuidade da obra em andamento, que tem gerado polêmica nos últimos meses e gerou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara de Cuiabá.
As obras são executadas por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), assinada em 2023 pela então gestão de Emanuel Pinheiro e o Consórcio CS Mobi, que também explora o estacionamento rotativo na capital.
“Muito se falou sobre a CPI. Foi feita, mas não encontrou nada de irregular. Absolutamente nada. O caso foi para o Poder Judiciário, que já decidiu em todas as instâncias, até no Supremo, em favor da CSMobi. Ou seja, a legalidade está implantada, e a obra está em pleno vapor”, declarou Macagnam. A decisão citada é do Supremo Tribunal Federal (STF) que rejeitou o pedido do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), e manteve a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) que autoriza a concessionária CS Mobi a utilizar recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) como garantia de pagamento de uma dívida de aproximadamente R$ 12 milhões da Prefeitura da capital.
Segundo ele, há apoio popular visível à obra e ao estacionamento rotativo, especialmente pela melhora na oferta de vagas e pelo impacto na economia local. “Quem anda no centro da cidade vê claramente que há apoio ao estacionamento do jeito que está sendo feito. Inclusive, do ponto de vista da economia popular, as pessoas estão pagando menos e estão conseguindo estacionar. Para o comércio, isso é muito bom”, destacou em entrevista à Rádio Cultura.
Macagnam criticou as tentativas de interromper a obra, citando inclusive o debate em torno da possibilidade de pagamento de uma multa milionária. “Tem gente que insiste em desmontar tudo isso. Diz, inclusive, que está disposto a pagar uma multa de R$ 139 milhões. Vai pagar, e a obra vai parar. E aí? Quem vai ser responsável por ela? Como isso vai ficar? É preciso reagir a esses absurdos, porque é gente querendo espatifar a cidade.”
O presidente da CDL ressaltou que a entidade não está defendendo empresas ou gestões passadas, mas sim uma obra estruturante que representa avanço para Cuiabá. “É importante destacar que não estamos defendendo a empresa, nem o mandatário anterior. O que defendemos é a obra em si, o estacionamento rotativo, que é uma luta de mais de 10 anos da CDL Cuiabá.”
De acordo com Macagnam, o novo mercado vai representar um marco cultural, gastronômico e turístico para Cuiabá. “Essa obra representa um marco na cultura e na gastronomia cuiabana. Tive a oportunidade de visitar o projeto: são sete andares, com restaurante na cobertura. Vai trazer modernidade para a cidade. Quem conhece o Mercado Municipal de Belo Horizonte sabe o que isso pode representar. Será algo similar, um ponto turístico. Quem já esteve em cidades da Europa sabe que mercados assim viram atrativos turísticos. Por isso, defendemos a continuidade da obra.”
O presidente informou ainda que o processo está sendo analisado pelo Tribunal de Contas e será mediado por uma câmara arbitral, com o objetivo de buscar um acordo entre a Prefeitura de Cuiabá e a CSMob.“O que pedimos ao prefeito é isso: que negocie, que chegue a um bom termo. Entendemos que tanto a empresa quanto a gestão municipal podem ceder em alguns pontos”.
Entrega
A previsão da CS Mobi Cuiabá, empresa responsável pelo empreendimento, é de que o complexo comercial de sete andares seja entregue aos futuros lojistas em dezembro deste ano. Além do térreo com lojas, o Mercado Miguel Sutil terá seis andares divididos entre unidades comerciais (lojas e escritórios), estacionamentos (três andares no total) e um rooftop com vista de 360 graus para a cidade.
Ao todo, serão 23,4 mil metros quadrados (m²) de área construída para receber cerca de 100 pontos comerciais, climatizados, e 302 vagas de estacionamento. A previsão é de que 3 mil pessoas frequentem o novo ambiente por dia e, para isso, a CS Mobi Cuiabá está investindo R$ 138 milhões. Atualmente, são empregados diretamente 172 trabalhadores na obra. Nos próximos meses, o número subirá para 500 profissionais, conforme o ritmo da construção se acelere.