CENSURADO
Com fita na boca, Ranalli protesta contra STF e pede impeachment de Alexandre de Moraes
Patrícia Neves

O vereador Rafael Ranalli (PL) chegou à Câmara Municipal de Cuiabá na manhã desta terça-feira (5) com uma fita adesiva sobre a boca, em protesto contra o que chamou de censura por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a sessão de hoje, ele apresentará para votação uma nota de repúdio ao ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro na tarde de ontem.
Ranalli também conclamou os senadores a assinarem o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Em seu discurso, o vereador afirmou que a prisão de Jair é apenas um dos episódios recentes que evidenciam, segundo ele, uma perseguição política.
“Não é somente sobre a prisão do Bolsonaro. É bom lembrarmos dos atos cometidos ontem, que passaram despercebidos, mas estão nas redes sociais. É só pesquisarem. Existe um dossiê, chamado Vaza-toga, que mostra que foi feita uma seleção de pessoas a serem perseguidas. Foram atrás de quem postou apoio ao Bolsonaro, quem não apoia a esquerda, quem usa camisa do Brasil… Coincidentemente, após as manifestações de ontem, ele [Alexandre de Moraes] decretou a prisão de Jair”, disse.
O vereador também criticou a postura do ministro em âmbito internacional. “Não podemos admitir que um ministro do Supremo sofra sanções da nação que ele próprio considera a mais democrática do mundo. É uma vergonha. Esperamos que os ministros tenham comportamento à altura do cargo. E o nosso ministro, infelizmente, não tem.”
Ranalli direcionou um apelo especial à senadora Margareth Buzetti, pedindo que ela assine o pedido de impeachment. “Espero que esse repúdio toque o coração da senadora Margareth Buzetti, para que ela se sensibilize e assine esse impeachment. Faço o mesmo apelo ao senador Jaime Campos. O senador Wellington Fagundes, por ser do PL, já assinou. Essa revolta é compartilhada por uma grande parcela da população”, afirmou.
Por fim, o vereador rebateu críticas de que esse tipo de posicionamento não caberia a um parlamentar municipal. “Alguns dizem que esse não é o papel de um vereador. Eu penso o contrário. Representamos o povo cuiabano. As redes sociais ontem mostraram a indignação da população. Estamos aqui para protocolar esse pedido de repúdio, e espero que, nesta Casa, onde não há petistas nem autodeclarados de esquerda, ele seja aprovado ainda hoje.”