NÃO AO AUTORITARISMO
Mendes vê prisão “desnecessária e injusta” e critica escalada de decisões por disputas políticas e ideológicas
Patrícia Neves
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), se manifestou na noite desta segunda-feira (4) sobre a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada após ele participar de atos públicos de apoio a si próprio e de protesto contra o Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão judicial também proíbe Bolsonaro de realizar postagens nas redes sociais e de manter contato com os filhos. O manifesto foi postado em rede social.
Mauro Mendes classificou a prisão como “desnecessária” e “injusta”, e criticou o que considera ser uma escalada de decisões judiciais motivadas por disputas políticas e ideológicas.
“Mais um lamentável capítulo desta triste história de polarização política, ideológica e jurídica no Brasil. A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro é desnecessária, injusta e representa mais que uma mancha no resultado de um julgamento que deveria ser justo e imparcial”, declarou o governador.
Mendes ainda ampliou sua crítica ao cenário nacional, apontando uma suposta inversão de prioridades no sistema de Justiça brasileiro.
“Somos o país da impunidade para os criminosos, mas se prende um ex-presidente por um suposto golpe que nunca aconteceu. Ao mesmo tempo, grandes traficantes são soltos diariamente e réus confessos de desvios de bilhões em dinheiro público são inocentados”, afirmou.
O chefe do Executivo mato-grossense também alertou para os desafios econômicos e sociais do país, e pediu foco nas pautas que considera prioritárias.
“Enquanto isso, o país caminha para o caos nas contas públicas, um colapso na previdência e o avanço sem precedentes do crime e de facções criminosas”, afirmou.
Encerrando sua manifestação, Mauro Mendes pediu equilíbrio institucional e respeito à legalidade, criticando o que chamou de “autoritarismo em nome da democracia”.
“É hora de dar um basta. Precisamos focar no Brasil e no que realmente pode ajudar a construir uma nação livre, soberana, democrática, sem tolerar nenhum excesso ou ilegalidade de qualquer cidadão e, principalmente, de qualquer poder constituído. Não podemos aceitar autoritarismo em nome da democracia.”