BUSCANDO ÁREA
Abilio descarta compra e garante realocação de famílias vulneráveis do Contorno Leste
Kamila Araújo
O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), desistiu da compra e afirma que a área ocupada às margens do Contorno Leste será desocupada com apoio do município, mas com realocação das famílias em situação de vulnerabilidade social. Segundo ele, não há respaldo legal para manter os ocupantes no local, e a compra da área está descartada.
“Estamos trabalhando com a possibilidade de realocação. A Prefeitura vai ajudar essas pessoas, mas não vamos manter ninguém ali. Não há base legal para isso”, afirmou o prefeito.
O gestor municipal cita o levantamento feito pela Assistência Social do Estado aponta que apenas 172 famílias das cerca de 1.500 que ocupam a área atendem aos critérios de vulnerabilidade social, e afirma que esse número reduzido inviabiliza a compra.
“Pedi uma nova análise dos dados para ter certeza se esse número pode ser maior, mas hoje a maioria não se encaixa nesses critérios”, disse.
Diante disso, ele disse que o município já busca terrenos para viabilizar a transferência dos moradores em situação mais delicada, com apoio do Ministério Público e do Judiciário. A ideia é garantir que essas famílias tenham acesso a terrenos urbanizados, com infraestrutura mínima, onde possam recomeçar a vida de forma regular.
“Vamos ajudar na realocação, sim. Mas alerto: quem está lá, não invista, não construa. A permanência não será autorizada”, reforçou.
Questionado sobre o novo decreto estadual que endurece regras contra invasões, Abilio explicou que a medida tem foco maior em áreas rurais, e que a região do Contorno Leste, apesar de tecnicamente rural, já apresenta características urbanas. “No começo da ocupação, o decreto poderia ter ajudado. Hoje, a situação já evoluiu para outra complexidade”, avaliou.
A ocupação da área, que começou em 2023, cresceu rapidamente e gerou preocupação entre autoridades e órgãos de controle, principalmente por ocorrer em um trecho estratégico para a mobilidade urbana e sem infraestrutura adequada. Com a decisão do município de não promover a regularização fundiária, a tendência é que as ações de desocupação avancem nos próximos meses, sob coordenação da prefeitura e acompanhamento judicial.