Autoras de sessão de espancamento em escola estadual serão internadas na capital

Atendendo a pedido do Ministério Público de Mato Grosso, três adolescentes envolvidas na sessão de espancamento de uma garota de 12 anos no pátio de uma escola estadual nesta semana, serão internadas provisoriamente. A sessão de tortura, com direito a mais de 40 socos, chutes, puxões de cabelos e surra com cabo de vassoura, foi totalmente gravada. Durante os mais de dois minutos de imagens, as quatro agressoras (sendo que uma possui apenas 11 anos) gargalham das cenas. Uma das meninas chega a mostrar espanto já que a menina que apanha não demonstra dor e nem chora. Ao término das imagens, uma das meninas ainda brinca fazendo uma selfie.

O caso ganhou ampla repercussão pela brutalidade e descobriu-se que o grupo agia nos mesmos moldes de uma facção, impondo ‘salves’ a quem descumprir ‘regras previamente estabelecidas”.

Como a unidade destinada ao abrigamento de adolescentes infratoras está instalada na capital, elas serão transferidas para Cuiabá a pedido do promotor Frederico César Ribeiro Batista.

As investigações da Polícia Civil iniciaram na segunda-feira (4) após a equipe da Delegacia de Alto Araguaia receber o vídeo em que a menor aparecia sendo agredida covardemente sem qualquer condição de defesa.

As investigações apontaram que as alunas montaram um grupo entre si, semelhante a uma organização criminosa. Durante a sessão de castigo, uma das regras impostas era de que a vítima não poderia chorar, caso contrário aumentariam as agressões.

Na apuração dos fatos, foram ouvidas cerca de 10 pessoas, entre elas as menores envolvidas, os pais, a diretoria da escola e a vítima. As menores que participaram do ato confessaram as agressões contra a adolescente e também que agrediram outras quatro colegas que descumpriram as regras impostas pelo grupo.

Nos aparelhos celulares das menores foram encontrados vídeos das outras agressões praticadas por elas. Uma das adolescentes identificadas, já havia sido conduzida à delegacia recentemente, ocasião em que estava andando com maiores de idade, faccionados e em posse de entorpecentes.

A Polícia realizou ainda levantamento do histórico de familiares das adolescentes envolvidas, sendo constatado em algumas famílias a presença de integrantes de facção criminosa, o que pode influenciado atuação das menores.