SEM DEBATE IDEOLÓGICO
Vereadora apoia Abílio e critica uso de linguagem neutra em evento oficial: “É preciso postura e respeito”
Patrícia Neves

A presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereadora Paula Calil (PL), saiu em defesa do prefeito Abílio Brunini (PL) após a polêmica gerada durante a abertura da 15ª Conferência Municipal de Saúde, quando o gestor repreendeu uma professora da UFMT pelo uso da linguagem neutra em sua fala.
Durante o evento, a professora Maria Inês da Silva Barbosa, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), utilizou pronomes neutros em sua apresentação, o que motivou reação imediata do prefeito. Ele afirmou que não permitiria o uso de linguagem neutra na conferência, por considerar que o evento tratava de políticas públicas de saúde e não de “pautas ideológicas”.
A vereadora Paula Calil concordou com a posição de Abílio e defendeu que eventos institucionais precisam ser conduzidos com postura e respeito à língua oficial do país.
“Eu penso que o prefeito está correto. Nós estamos em um evento oficial, da Conferência Municipal de Saúde, e não podemos tratar a saúde como uma pauta ideológica. A saúde é uma questão de comunidade. E todos estão no dicionário da língua portuguesa.”
Paula também destacou que, ao contrário do que foi interpretado por alguns setores, o prefeito não expulsou a professora, mas apenas limitou o uso da linguagem neutra durante a conferência.
“O prefeito, do meu ponto de vista, agiu de forma correta. Ele não pediu para ela se retirar. Eu assisti depois, e ele só falou que não ia permitir que se utilizassem pronomes de linguagem neutra na conferência.”
Para a vereadora, a professora deveria ter mantido uma conduta mais compatível com o ambiente institucional. Ela reforçou a necessidade de respeito ao idioma oficial e aos espaços públicos.
“As pessoas têm que ter postura e saber como se comportar. Nós temos o dialeto que muda com o tempo, mas eu não vou em uma conferência, ou numa sessão aqui, e falar ‘e aí, chão, mano’. A gente tem que ter respeito e saber como se portar nos ambientes.”
Paula Calil concluiu afirmando que, enquanto a linguagem neutra não for reconhecida oficialmente pela norma culta da língua portuguesa, não deve ser adotada em espaços institucionais:
“Enquanto ela [a linguagem neutra] não for inserida no dicionário da língua portuguesa, não pode ser utilizada em eventos oficiais. O SUS é universal e compreendido por todos — pela união, estados e municípios. E, por isso, deve seguir a linguagem oficial.”