REPERCUSSÃO MIDIÁTICA
Defesa de PMs investigados por assalto a banco em Brasnorte pede sigilo no processo
Kamila Araújo

A defesa dos cabos da Polícia Militar de Mato Grosso, Anderson de Amaral Rodrigues e Alan Carvalho da Silva, entraram com um pedido para que o processo que apura a possível participação deles no assalto a uma agência do Sicredi, em Brasnorte, seja conduzido de forma sigilosa.
O crime, registrado em 31 de julho, provocou ampla mobilização das forças de segurança e forte repercussão na imprensa. A acusação aponta que os militares teriam retardado o atendimento à ocorrência, favorecendo a fuga da quadrilha.
Para a defesa, a intensa cobertura midiática e o interesse público no caso criam um ambiente que pode influenciar a condução do julgamento. Segundo o argumento apresentado à 11ª Vara Especializada em Justiça Militar, o sigilo protegeria a coleta de provas, evitaria distorções e preservaria a imagem dos investigados, que afirmam não ter envolvimento no crime.
O documento também relata que houve acessos indevidos aos autos por pessoas sem vínculo com o processo, o que, para os advogados, aumenta o risco de prejuízos à lisura das apurações.
O assalto
Na manhã do dia 31 de julho, quatro homens armados invadiram a agência do Sicredi em Brasnorte, fizeram reféns e fugiram em direção a Juína. Durante a fuga, dois reféns foram libertados. O valor roubado não foi divulgado.
A operação para capturar os envolvidos mobilizou forças especiais da Polícia Militar, Bope, Ciopaer e unidades da Polícia Civil. Dois dias depois, seis pessoas foram presas na divisa com Rondônia — quatro delas apontadas como executoras do assalto e duas suspeitas de prestar apoio logístico.
No mesmo dia, os dois cabos foram detidos sob suspeita de atrasar a perseguição em troca de pagamento. A Corregedoria da Polícia Militar abriu procedimento administrativo para apurar as condutas e avaliar medidas disciplinares.