FALTA ESFORÇO
Sem solução à vista, Botelho aponta omissão da prefeitura no caso Santa Casa
Patrícia Neves e Maryelle Campos
Com a indefinição se arrastando há meses, o possível fechamento da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá continua gerando impasses. Na manhã desta quarta-feira (13), o deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil) voltou a cobrar posicionamento da gestão municipal e criticou a falta de vontade para resolver o impasse.
“Eu acho que emenda não é a salvação da Santa Casa. Emenda é pontual, é de um ano, não vai resolver. O que resolve é vontade política, tanto da Prefeitura de Cuiabá quanto do Governo do Estado. E eu acredito que o governo, especialmente a prefeitura, não está demonstrando essa vontade”, afirmou Botelho.
Apesar de diversas audiências públicas, propostas de emendas e discussões políticas, a única medida prática anunciada até agora foi a previsão do fechamento definitivo da unidade em dezembro de 2025, com a promessa de que o novo Hospital Central de Cuiabá absorverá as demandas atualmente atendidas pela Santa Casa.
A justificativa do Governo do Estado para o fechamento é o alto custo de manutenção do prédio – da ordem de mais de R$1 milhão/mês – além do acúmulo de mais de R$ 78 milhões em dívidas trabalhistas, tornando a operação financeiramente inviável. No mês passado, a venda do imóvel para quitar os créditos trabalhistas também foi autorizado pela Justiça do Trabalho.
Desconfortável, Botelho disse que já propôs projetos para salvar a instituição, relembrou que a própria Prefeitura teria se inspirado em uma de suas propostas de governo e, portanto, agora precisa assumir a responsabilidade. “A responsabilidade ali é da prefeitura. Ele poderia pegar, ele copiou do meu projeto quando busquei salvar a Santa Casa, então agora tem que concretizar isso e municipalizar a unidade”, declarou, em referência ao prefeito Abílio Brunini, que ganhou o pleito municipal de Botelho em 2024.