O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), criticou duramente as medidas anunciadas pelo governo federal para enfrentar a crise econômica e os impactos da recente escalada diplomática com os Estados Unidos. Na manhã desta quinta-feira (14), Mendes classificou como “paliativas” as ações do pacote de R$ 30 bilhões lançado por Brasília nesta semana.
“São medidas paliativas. É como você ter um câncer e começar a tomar dipirona, neosaldina ou algum chá. Ajuda a aliviar no primeiro momento, mas não resolve o problema”, afirmou o governador, em tom incisivo.
O pacote do governo federal inclui a prorrogação de impostos para empresas exportadoras, liberação emergencial de crédito e compensações fiscais temporárias, com foco em minimizar os efeitos do tarifaço e da crise cambial gerada pela tensão diplomática com os Estados Unidos, principal parceiro comercial do Brasil.
Mendes, no entanto, alertou para a falta de soluções estruturantes. “O governo vai postergar por dois meses o pagamento de impostos das empresas. Mas daqui a dois meses elas vão ter que pagar. E se não conseguirem exportar ou encontrar alternativas, a situação pode se agravar ainda mais”, alertou.
Para o governador, a postura do governo federal precisa ser mais ativa e baseada no diálogo diplomático, especialmente diante do risco de agravamento das sanções e embargos comerciais. “Se essa crise diplomática com os Estados Unidos aumentar, vai ser muito ruim para o país. A medida mais correta é insistir no diálogo. Não adianta se ausentar do problema ou ficar apenas com paliativos”, criticou.
Mauro Mendes reconheceu que qualquer ação para mitigar os danos é bem-vinda, mas reforçou que é preciso ir além. “Eu louvo qualquer medida emergencial, mas a melhor decisão que o governo pode tomar agora é se apresentar, liderar e buscar uma solução real, dialogando de forma responsável para evitar que essa escalada continue”, concluiu.
O governo federal lançou na quarta-feira (13) pacote de medidas para apoiar o setor produtivo afetado pelo tarifaço de 50% imposto pelo governo dos Estados Unidos. O plano de apoio prevê R$ 30 bilhões em crédito e será viabilizado por meio de uma medida provisória chamada de MP Brasil Soberano.