POLÊMICA DE GÊNERO
Prefeitura de Cuiabá caça pichador do “todes” e promete acionar a Polícia Civil
Thalyta Amaral
A Prefeitura de Cuiabá iniciou uma força-tarefa para identificar e punir o autor da pichação com a palavra “todes” feita próximo à sede do Poder Executivo municipal. A pintura já foi apagada, mas o trabalho continua. Considerado pelo prefeito Abílio Brunini (PL) um ato ilegal e de provocação política, o caso será encaminhado à Polícia Civil assim que o responsável for identificado.
A informação foi dada pelo próprio prefeito nesta quinta-feira (14). “Estamos na fase de identificação do rosto ainda, para não fazer nenhuma acusação leviana. Então, está investigando, buscando outras imagens para que possa cruzar ao ponto em que a pessoa está chegando ao local. Assim que for identificado, a gente faz um boletim de ocorrência para que a Polícia Civil possa tomar os devidos procedimentos.”
A pintura da palavra “todes” remete à recente polêmica entre Abílio e a professora Maria Inês da Silva Barbosa durante a abertura da Conferência Municipal de Saúde, no último dia 30, quando a docente cumprimentou a plateia usando “todos, todas e todes”. O prefeito considerou o uso do pronome neutro como “ideologia de gênero”.
“Lembrando que no município de Cuiabá a pichação é um ato ilegal, ela não é um ato normalizado pelo município. Nem que pareça grafite, nem que pareça protesto, a pichação é um ato ilegal”, reforçou o prefeito.
Abílio enfatizou ainda que o material foi apagado por ser vandalismo e não arte. “Mas existe uma diferença entre arte e a ilegalidade da prática. Se ele tivesse escrito da forma correta, talvez pudesse ser interpretado como arte. Mas, como você usa a gramática errada, é pichação.”
“Se você faz uma escrita que não condiz com a realidade da língua portuguesa, por exemplo, ela não pode ser interpretada como uma palavra dentro da língua. Logo, se não é uma palavra, é apenas um rabisco. Se é um rabisco, não é interpretado como arte”, argumentou o prefeito.