DISCREPÂNCIA
Júlio Campos critica subdimensionamento da LDO e denuncia falta de controle na previsão orçamentária
Patrícia Neves e Maryelle Campos

O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) levantou questionamentos sobre o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, argumentando que a previsão de receita está muito abaixo das reais capacidades financeiras do Estado.
“O assunto mais urgente hoje é a LDO. Nós já estamos preparando as emendas, mas a proposta está completamente aquém da realidade de Mato Grosso”, afirmou.
Ele rescende o fato de que, embora a previsão oficial seja de R$ 39,886 bilhões, a receita já ultrapassou R$ 40 bilhões até julho, com expectativa de se aproximar dos R$ 50 bilhões até o fim do ano. “Isso é muito subdimensionado. Não é pouco, é muito. O Estado já arrecadou mais do que o previsto – frisou o deputado, lembrando que essa discrepância favorece a atuação do Executivo, que pode remanejar recursos conforme conveniência, dificultando o controle do Legislativo e demais poderes.
Júlio Campos alertou que esse excesso de arrecadação impacta o duodécimo destinado à Assembleia Legislativa, ao Ministério Público, ao Judiciário e à Defensoria Pública, tirando previsibilidade e controle do material legislativo.
” Não só as emendas, como o duodécimo dos Poderes Constituintes, fica vulnerável a essa liberdade de execução quase irrestrita”, ponderou.
Para o deputado, a discrepância entre receita real e previsão orçamentária compromete a transparência e eficiência fiscal e reforça a necessidade de atuação mais incisiva da Comissão de Orçamento. Mesmo assim, ele admite que o cenário é complicado:
“Infelizmente, o orçamento sempre vem estimado para menos, nunca para mais. E realidade é que a arrecadação supera as previsões. Se assim continuar, será bem difícil haver controle mais efetivo por parte do Parlamento”, concluiu Júlio Campos.