PEDIU URGÊNCIA PARA ACABAR OBRA
Daniel Monteiro votará por cancelamento de empréstimo de R$ 139 mi, mas critica Executivo
Patrícia Neves

Na manhã desta segunda-feira (19), o vereador Daniel Monteiro (Republicanos) afirmou que irá votar a favor do pedido do Executivo para revogar a lei que autorizava a Prefeitura de Cuiabá a contratar um empréstimo de R$ 139 milhões. Os recursos seriam destinados à conclusão das obras da Avenida Contorno Leste, projeto iniciado na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro. Apesar do voto favorável ao cancelamento, Monteiro fez duras críticas à decisão da atual gestão de não utilizar o montante.
“Como que eu vou votar pra manter um dinheiro que o ex-prefeito não quer mais usar? Não fazia nenhum sentido”, disse o vereador, ao justificar o posicionamento. Segundo ele, embora vote de forma alinhada ao pedido do prefeito, considera um equívoco desperdiçar um financiamento já aprovado, especialmente em meio à crise financeira que afeta a cidade.
Monteiro lembrou que, no ano passado, foi oposição à gestão Emanuel Pinheiro e criticou fortemente o empréstimo na época, justamente por falta de confiança na lisura do ex-prefeito, envolvido em investigações e operações policiais. “A gente bateu porque a gestão do ex-prefeito era uma gestão mané, ninguém confiava em colocar R$ 139 milhões na mão dele”, relembrou.
O parlamentar, no entanto, destaca que o cenário mudou com a nova gestão, e que as condições da cidade, especialmente no trecho inacabado do Contorno Leste, exigem uma resposta urgente. “O Contorno Leste está do jeito que está: inacabado, morrendo gente, gente atropelada, carro batendo, uma escuridão à noite sem precedentes. A gente tem que usar esse dinheiro pra terminar aquela obra estruturante da cidade”, reforçou.
Monteiro também fez referência à recente declaração do prefeito, que anunciou a necessidade de cortar R$ 90 milhões da folha de pagamento e despesas, devido à situação financeira crítica herdada da gestão anterior. Para o vereador, é contraditório o Executivo se recusar a utilizar um empréstimo aprovado anteriormente e com condições mais vantajosas do que as oferecidas atualmente pelo mercado.
“No ano passado, a taxa de juros média do Banco Central era inferior à de hoje. Agora, a taxa está em 15%, uma das maiores da série histórica. Qualquer empréstimo contraído hoje será mais caro. Portanto, pela lógica, não faz sentido abrir mão do financiamento anterior”, alertou.
Monteiro concluiu reiterando a urgência da obra e pedindo sensibilidade da gestão municipal. “Repito mais uma vez: está morrendo gente naquele lugar. É perigoso. Se não há recursos próprios, é preciso buscar alternativas. E se o empréstimo antigo era mais barato, por que não usá-lo para salvar vidas e terminar o que começou?”, questionou.