PEDIU UNIÃO DE ESFORÇOS
Júlio Campos defende parcelamento das dívidas para manter Santa Casa em funcionamento
Patrícia Neves
O deputado Júlio Campos (União Brasil) revelou na manhã desta quarta-feira (20), que a Justiça do Trabalho está interessada em buscar uma solução para parcelar as dívidas da Santa Casa, uma medida que, segundo ele, pode ser fundamental para evitar o fechamento do hospital, previsto para dezembro. A oferta de serviços, de acordo com o governo do Estado, será absorvida pelo Hospital Central.
Júlio Campos destacou a importância da Santa Casa, afirmando que a solução proposta pela Justiça permitiria que a instituição continuasse funcionando, mantendo os serviços essenciais prestados à população. “Ela [a Justiça] falou que, com certeza, chamará os funcionários, que são credores da Santa Casa, e todos vão aceitar para que a instituição continue viva e funcionando. Porque a Santa Casa presta diversos serviços que não serão atendidos no Hospital Central”, afirmou o deputado, fazendo referência à capacidade limitada do novo Hospital Central em oferecer certos tipos de tratamentos, como oncologia pediátrica, que não estão previsto em seu atendimento.
O parlamentar também apontou que o custo mensal de operação da Santa Casa gira em torno de 15 a 20 milhões de reais, um valor considerado baixo em comparação ao orçamento estadual. “O Estado arrecada cerca de 4 bilhões de reais por mês e a Secretaria de Saúde tem um orçamento de aproximadamente 10 bilhões de reais. Isso significa que, se o custo da Santa Casa for de 20 milhões por mês, ao longo do ano isso se traduz em 240 milhões de reais”, explicou Campos, defendendo que o valor é um investimento pequeno frente aos recursos disponíveis no Estado.
Campos fez um apelo à sociedade e aos políticos para que se empenhassem na manutenção da Santa Casa. “A sociedade precisa se mobilizar, e nós, políticos da Baixada Cuiabana, não podemos concordar com o fechamento da Santa Casa”, conclamou o deputado, ressaltando a importância de a cidade continuar com a Santa Casa aberta para atender a população mais carente e evitar que o sistema de saúde público seja ainda mais sobrecarregado.
A discussão sobre o futuro da Santa Casa continua sendo uma questão central na saúde pública de Cuiabá e Mato Grosso, e a posição de Júlio Campos reflete a preocupação de muitos membros da sociedade e da política com a possível perda de uma das principais unidades hospitalares da capital.
A Justiça do Trabalho determinou a venda do imóvel onde funciona a sede da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, por um valor mínimo de R$ 54,7 milhões para quitar dívidas trabalhistas acumuladas. Parte do imóvel está sob requisição administrativa do Estado desde 2019, o que impede a posse imediata pelo comprador. No documento, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) informou que desocupará o espaço até dezembro. A venda será feita com entrega futura do bem, após a desocupação do imóvel.