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SAÚDE

Morte precoce de Preta Gil liga um alerta sobre o câncer colorretal

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André Crepaldi

A morte precoce da artista Preta Gil, ocorrida em julho deste ano, escancarou uma dura realidade. Há duas décadas, o câncer colorretal era considerado uma doença quase exclusiva da população acima dos 50 anos, mas hoje, essa realidade mudou e de forma preocupante. Cada vez mais jovens na faixa entre os 20 e 40 anos, estão sendo diagnosticados com tumores no cólon e no reto. E muitos chegam ao consultório em estágios já avançados da doença.

Preta Gil tinha somente 48 anos quando foi diagnosticada, ainda em 2023. Um cenário que se alinha às estatísticas. Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer colorretal é o segundo tipo mais letal do mundo. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 45 mil novos casos por ano. Mas o dado mais alarmante vem das faixas etárias mais jovens: o número de diagnósticos em pessoas com menos de 50 anos aumentou quase 70% nas últimas três décadas.

Os motivos são multifatoriais e um dos principais vilões é o estilo de vida moderno, com dietas ambientadas na ingestão de ultraprocessados, rica em carnes vermelhas, pobre em fibras, além do sedentarismo e obesidade. Somado a isso tudo, o consumo excessivo de álcool e o tabagismo continuam contribuindo para a inflamação crônica do intestino, terreno fértil para mutações celulares.

A genética também tem seu papel, claro. Síndromes hereditárias como a polipose adenomatosa familiar (PAF) ou a síndrome de Lynch explicam alguns casos, mas a maioria dos jovens diagnosticados não possui histórico familiar relevante. Neste público, entre os sintomas constam sangramento nas fezes, dores abdominais e alterações no ritmo intestinal.

Além destes, outros indícios que muitas vezes são ignorados ou atribuídos a outras condições mais comuns, como hemorroidas, síndrome do intestino irritável ou estresse também podem ser percebidos. Essa baixa percepção das alterações do organismo resultam em um diagnóstico tardio, quando o tumor já se espalhou para linfonodos ou outros órgãos.

Diagnosticar precocemente ainda é a melhor arma que temos de aumentar as chances de cura. Mas para isso, precisamos deixar de lado os preconceitos e encarar a realidade com coragem e informação. Não podemos mais perder pessoas queridas por falta de atenção à saúde.

*André Crepaldi é oncologista e hematologista da Clínica Oncolog, em Cuiabá

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