POLARIZAÇÃO NO PAÍS
Conselheiro do CNJ defende diálogo como resposta a ataques ao Judiciário: “Nem direita, nem esquerda pode agir com agressão”
Patrícia Neves e Maryelle Campos
Durante evento em Cuiabá que contou com a presença do presidente do STF, Luis Roberto Barroso, Ulisses Rabaneda, membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ressaltou a importância de abrir espaços de escuta com a sociedade para enfrentar a polarização
Ele defendeu a necessidade de ampliar o diálogo com a sociedade como forma de enfrentar os ataques direcionados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Poder Judiciário como um todo.
Segundo Rabaneda, a construção de pontes entre as instituições e a população é mais eficaz do que o enfrentamento direto ou a retaliação.
“Eu não diria que se trata de combater, mas sim de dialogar. O diálogo é sempre a melhor solução.”
O conselheiro reconheceu que o Brasil vive um cenário político polarizado, com predominância ideológica em diferentes regiões, mas ressaltou que isso deve ser tratado com respeito e equilíbrio, sem espaço para discursos de ódio — independentemente do espectro político.
“Nós temos um Estado que, hoje, tem uma ideologia predominantemente de direita, que precisa ser respeitada. Essa ideologia tem valores e posições, muitas delas absolutamente legítimas e defensáveis.”
“Mas o que nós não podemos ter são ataques, ofensas ou agressões, nem pela direita, nem pela esquerda.”
Rabaneda destacou que o lançamento de projetos de diálogo institucional, iniciados por Mato Grosso com a participação de ministros do STF e da magistratura local, representa uma sinalização positiva para a sociedade.
“Diálogos com a juventude, com a magistratura, com o presidente do Supremo aqui, é uma sinalização clara de que o diálogo é o melhor caminho.”
Ele concluiu reforçando que a disposição para ouvir o outro — mesmo quando há discordância — é a chave para resolver a maior parte dos conflitos sociais e institucionais:
“Quando você dialoga, você consegue mostrar que o outro está errado, ou você pode ser convencido de que quem está errado é você. Através do diálogo, tenho certeza de que conseguimos resolver, senão todos, a grande maioria dos nossos problemas.”