INTERESSE DEVE SER COLETIVO
Mauro Mendes defende gestão eficiente e critica pressões por nomeações: “Tem gente preocupada com um votinho”
Maryelle Campos
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Progressista), voltou a defender, nesta quinta-feira (21), uma gestão pública baseada na eficiência e responsabilidade fiscal, ao comentar as frequentes pressões por nomeações de cargos no Executivo estadual. Segundo o governador, muitos pedidos partem de interesses eleitorais e não estão alinhados com a real necessidade do serviço público.
“Todos os dias, na minha rede social, eu vejo assim: ‘Nomeia isso, governador’, ‘Nomeia não sei o quê’. Tem até alguns políticos que falam: ‘Tem que nomear 5.000, 10.000’. E muitos estão preocupados com um votinho, com um voto”, criticou Mendes.
O governador citou que um estudo feito em parceria com o economista Basílio Bezerra revelou que, caso o governo preenchesse todos os cargos vagos hoje no Estado, a folha de pagamento poderia aumentar em até R$ 4 bilhões por ano, impactando diretamente a capacidade de investimento.
“Se hoje eu nomeasse todos os cargos que dizem estar abertos, a conta seria de três a três e meio, até quatro bilhões por ano. É como se eu falasse assim: para todos os investimentos. Não vai construir mais estrada, não vai ter mais investimento em nada. Vamos só botar gente pra dentro do Estado. Isso vai tornar o Estado mais eficiente? Não vai”, reforçou.
Mauro Mendes também afirmou que sua gestão tem sido pautada por escolhas difíceis, mas responsáveis, e alertou sobre a importância de eleger líderes comprometidos com a boa administração pública nas próximas eleições.
“Seja em abril ou em dezembro do ano que vem, meu tempo como governador vai acabar. A grande pergunta será: quem vai sentar nessa cadeira e que decisões essa pessoa vai tomar? Porque gente irresponsável que pensa no voto, esse é o padrão da maioria dos políticos brasileiros, infelizmente”, disparou.
Para o governador, a prioridade deve ser o interesse coletivo, e não pressões individuais ou político-partidárias.
“O cidadão quer ser nomeado, o político quer o voto. Mas alguém precisa pensar no conjunto, no que é melhor para a sociedade como um todo”, concluiu.