56 ÓRFÃOS
Mato Grosso já registrou 35 casos de feminicídio; Sinop, Várzea Grande e Cuiabá lideram em número de mortes
Maryelle Campos
Liderança nacional no ranking de feminicídios, Mato Grosso já registrou 35 casos em oito meses. Cometidas, geralmente, dentro de casa e por companheiros ou ex-companheiros das vítimas, as mortes se concentram na capital do estado e nos municípios de Várzea Grande e Sinop, com três casos cada um, sendo 74,28% das vítimas mulheres negras.
Segundo informações do Observatório Caliandra do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), os crimes deixaram 56 órfãos. Sendo quase todos cometidos por parceiro afetivo, exceto por um caso em que o autor não possui vínculo com a vítima.
Marcados por brutalidade, os crimes de feminicídio ocorrem, geralmente, em residências. Os dados revelam que 72,22% dos casos foram dentro de casa, seja do casal ou da própria vítima, com arma cortante ou perfurante sendo a mais usada seguida de arma de fogo.
Cidades com mais mortes
A capital Cuiabá, ao lado de Várzea Grande e Sinop lideram o ranking de cidades do Estado com mais mortes por feminicídio. Juntas, somam 9 mortes, com três cada uma. Em seguida está o município de Cáceres e Rondonópolis com dois casos cada um. Ou seja, Cuiabá, VG, Sinop, Cáceres e Rondonópolis são os que registraram mais mortes até agora. Junho foi o mês com mais expressão, com registro de 10 mortes, seguido de maio, com 7 mortes.
Motivação do crime
O levantamento aponta três motivos principais que motivam esse tipo de crime contra as mulheres. Em primeiro lugar está o ciúmes, que já resultou em 12 casos; Em seguida está o sentimento de menosprezo à mulher, que contabiliza 8 casos; e em terceiro está a não aceitação do término da relação, que já soma 7 casos.
Os dados ainda destacam que das 35 mulheres vitimadas, cinco já possuíam medidas restritivas. Neste mesmo período do ano em 2024, eram 26 vítimas, ou seja, a comparação entre os anos mostra um aumento de 34,62% entre os mesmos meses.
Perfil das mulheres assassinadas
Apesar de ter registro em várias localidades do estado, em 25 municípios, o perfil das vítimas é parecido. Geralmente são mulheres na faixa de 12 a 44 anos, majoritariamente negras (soma de pardas e pretas), representando 74,28% das mulheres vitimadas, enquanto as mulheres brancas representam 17,14%.
No que se refere ao acesso educacional, quase metade delas, 48,57% possuíam somente o ensino fundamental completo, sendo 25,71% com ensino médio e 11,42% com o ensino superior, as demais não tiveram seus dados informados.
Denuncie
Sancionada em 7 de agosto de 2006, a campanha de Agosto Lilás tem como objetivo conscientizar e combater a violência contra a mulher no Brasil. Para denunciar, receber acolhimento e tirar dúvidas ligue para a Central de Atendimento à Mulher no número 180, o atendimento é realizado 24h. Para emergências e situações de perigo disque para a Polícia Militar 190.