Áudios no WhatsApp causam pânico em Colíder com boato sobre rompimento de usina

Moradores de Colíder (650 km ao norte de Cuiabá) viveram momentos de tensão no início da semana após começarem a circular áudios no WhatsApp com a falsa notícia de que a barragem da usina hidrelétrica do município havia se rompido e que a região corria risco iminente de inundação. A informação, no entanto, foi desmentida pela Eletrobras, concessionária responsável pela operação da usina, que classificou o conteúdo como fake news.

A usina hidrelétrica de Colíder, inaugurada em 2019 no rio Teles Pires, tem capacidade instalada de 300 MW e é considerada estratégica para o fornecimento de energia em Mato Grosso. No início de agosto, técnicos identificaram problemas em quatro dos 70 drenos da barragem, estruturas responsáveis por controlar a pressão interna. Como medida preventiva, no dia 14 de agosto foi iniciada uma operação de rebaixamento controlado do reservatório, já que o nível de segurança passou para o estágio de alerta, o segundo mais grave em uma escala de quatro níveis adotada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

No áudio que circulou pelas redes sociais, uma pessoa, se passando por funcionária da Eletrobras, afirmava que a “hidrelétrica de Colíder rachou e corre grande risco”. A mensagem se espalhou rapidamente, gerando apreensão na população e até mesmo boatos sobre evacuação de áreas próximas.

Em nota oficial, a concessionária negou qualquer risco imediato e reforçou que a usina permanece segura. “A usina segue estável e opera dentro de todas as normas de segurança do setor, com o devido acompanhamento dos órgãos competentes. O nível de segurança está em ‘alerta’ desde o dia 14 de agosto, quando o rebaixamento controlado teve início”.

A Eletrobras também esclareceu que o processo de rebaixamento ocorre de forma gradual e que não há risco de elevação brusca do nível do rio Teles Pires para a população ribeirinha. “Para quem está a jusante da usina Colíder, ou seja, abaixo da barragem, o nível do rio não se elevará acima de patamares semelhantes aos períodos de cheia”.