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EDUCAÇÃO PÚBLICA

A UFMT e sua importância

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Por Caiubi Kuhn

A Universidade Federal de Mato Grosso possui 55 anos de história e, ao longo desse tempo, tem realizado importantes contribuições para Mato Grosso e para o Brasil. A instituição foi responsável por formar importantes lideranças políticas, sociais e empresariais. Além disso, as pesquisas desenvolvidas fomentaram o desenvolvimento de todas as áreas do estado. Foram inúmeros projetos, publicações e consultorias desenvolvidas por servidores e estudantes da instituição, que levaram a avanços sociais, econômicos e ambientais.

Conforme o Ranking de Universidades da Folha de São Paulo, a UFMT é a 38ª melhor universidade do Brasil, sendo a segunda melhor universidade da Amazônia Legal – que reúne os estados da região Norte, mais o Mato Grosso e o Maranhão – ficando atrás apenas da Universidade Federal do Pará, que ocupa a 31ª posição. No ano de 2024, foram 923 publicações com participação de pesquisadores da UFMT, em revistas e livros internacionais indexados pela Scopus. Já neste ano de 2025, até o mês de agosto, já foram 585 publicações. Essas pesquisas e publicações representam não só números, mas também desenvolvimento e inovações para o estado.

Nas últimas semanas, diversas notícias colocaram a UFMT em pauta, seja em virtude da fala inadequada do prefeito Abílio Brunini sobre a instituição, seja sobre os problemas relacionados à segurança e estrutura da universidade. A qualidade e importância da UFMT foram amplamente defendidas por inúmeras autoridades, desde o próprio governador, Mauro Mendes, que se formou na instituição e, enquanto estudante, chegou a ser presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), até outras lideranças dos mais diversos campos políticos, como os deputados Lúdio Cabral, Wilson Santos, Barranco, Diego Guimarães, Carlos Avalone, Júlio Campos, entre outros.

A universidade, de fato, tem passado por dificuldades financeiras. Desde 2013, o orçamento destinado ao funcionamento da instituição – ou seja, pagamento de gastos com água, luz, segurança, limpeza, manutenção de veículos e prédios, compra de insumos para laboratórios e todas as outras demandas do dia a dia – vem sofrendo reduções drásticas. É preciso lembrar ao leitor que a UFMT possui mais de 20 mil estudantes e mais de 3 mil servidores, lotados nos diferentes campi da instituição, em Barra do Garças, Pontal do Araguaia, Sinop, Cuiabá e Várzea Grande, além da fazenda experimental e do Hospital Júlio Muller.

Para manter o funcionamento de todas essas estruturas, o governo federal destinou no orçamento os seguintes valores nos últimos anos: em 2022, R$ 75 milhões (R$ 87,15 milhões, valor corrigido pela inflação de 16,21%, conforme o IPCA-IBGE); em 2023, R$ 73 milhões (R$ 80 milhões, valor corrigido pela inflação de 9,85%, conforme o IPCA-IBGE); em 2024, R$ 68 milhões (R$ 71,40 milhões, valor corrigido pela inflação de 5%, conforme o IPCA-IBGE); e, neste ano de 2025, R$ 89 milhões.Esses valores, porém, são muito menores do que os existentes há alguns anos. Por exemplo, em 2013, a universidade possuía um montante de R$ 59,6 milhões (R$117,66 milhões, valor corrigido pela inflação de 97,4%, conforme o IPCA-IBGE) destinado a funcionamento da instituição.

O cenário de redução do orçamento, que iniciou em 2013 e seguiu com subsequentes cortes de custeio, ano a ano, atingindo o pior valor histórico em 2024, levou as universidades a severas dificuldades orçamentárias. Para driblar esse problema e buscar tanto recursos de custeio, como de investimentos, a principal alternativa tem sido buscar em Brasília apoio junto a bancada federal. É preciso reconhecer o esforço que a Prof. Marluce, atual reitora da UFMT, tem realizado em busca de recursos e parcerias – e elas são muito necessárias. O orçamento foi estrangulado por mais de uma década, e somente com articulação será possível resolver esse longo passivo e, então, realizar a revitalização da UFMT.

A bancada federal precisa ser parceira, tanto na destinação de recursos como na cobrança ao governo federal pela recomposição do orçamento de custeio das universidades. Apesar dos avanços em investimentos em pesquisas, o governo Lula foi o que destinou o menor orçamento para funcionamento da UFMT na última década, o que acaba sendo uma contradição em relação ao discurso de defesa da educação expressado pelo próprio governo – é preciso mudar essa realidade. Outra contradição está na destinação de emendas: apesar da crítica descabida do prefeito Abílio à universidade, enquanto parlamentar ele foi quem mais destinou recursos de emendas à UFMT.

A comunidade universitária precisa de reconhecimento e respeito. As universidades são instituições fundamentais em qualquer sociedade – são mais de mil anos desde que as primeiras surgiram – e, com certeza, o futuro passa pelos conhecimentos que são desenvolvidos nessas instituições. Para termos ainda mais orgulho da UFMT, é preciso o fortalecimento da instituição, devolvendo a ela o orçamento existente outrora. Essa precisa ser uma pauta de toda a sociedade. É preciso cobrar do governo federal a recomposição já, assim como contar com a parceria constante da bancada federal, do governo do estado e das prefeituras.

Caiubi Kuhn, Geólogo, Doutor cotutela em Geociência e Meio Ambiente (UNESP) e Environmental Sciences (Universidade de Tubingen), Professor na UFMT.

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