O país já desponta no cenário internacional com números robustos na produção de biocombustíveis. Em 2023, o Brasil produziu 43 bilhões de litros, o que demonstra não apenas sua capacidade industrial, mas o seu potencial de liderança na descarbonização do setor de transportes, um dos mais intensivos em emissões de gases de efeito estufa. Etanol, biodiesel e biometano são ativos estratégicos que mostram como é possível aliar tecnologia, agricultura e meio ambiente num modelo de desenvolvimento de baixo carbono.
Esse movimento ganha ainda mais força quando olhamos para o estado do Mato Grosso, um dos maiores produtores de grãos do país e que tem elevado sua produtividade ao mesmo tempo em que adota práticas mais sustentáveis. A combinação entre agricultura, pecuária e floresta, entre outras alternativas sustentáveis, revelam uma nova lógica de produção que respeita os limites do planeta. Além disso, o estado se destaca pela produção de etanol de milho, energia limpa com alto valor agregado.
A COP30 será uma vitrine para exibir essas soluções brasileiras, mas também um espaço para cobranças e compromissos. O mundo observa como o Brasil vai se comportar diante das demandas urgentes da emergência climática, da proteção da Amazônia e da justiça climática.
O país possui condições ímpares para liderar essa transformação, mas precisa garantir ambiente regulatório, financiamento e engajamento multissetorial. Não podemos mais perder tempo com retrocessos ou discursos negacionistas. O futuro está sendo decidido agora e passa por Belém. A eletrificação dos transportes urbanos, a transição para uma matriz energética mais limpa e o investimento em inovação verde precisam estar no centro da pauta nacional.
Como ativista climático e defensor da sustentabilidade, vejo na COP30 uma janela de oportunidade histórica para reposicionar o Brasil no cenário global. Mas também, um momento decisivo para unir forças entre governo, setor produtivo e sociedade civil na construção de políticas públicas efetivas, inclusivas e duradouras.
A contagem regressiva já começou. Faltam 70 dias para mostrar ao mundo que a Amazônia não é apenas um bioma, mas uma solução climática viva. Que sejamos capazes de honrar esse momento com coragem, ação e compromisso com as futuras gerações.
Thiago Itacaramby é consultor Lixo Zero, gestor ambiental, empreendedor e comunicador social.