Mais da metade das casas de Mato Grosso não têm ligação à rede de esgoto

Em Mato Grosso, a maioria dos domicílios ainda não possui acesso à rede de esgoto. Dos 1,3 milhão de lares existentes no estado, 786 mil não contam com ligação, o que representa 59,1% do total. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o levantamento, apenas 32,8% das residências – cerca de 436 mil – estão conectadas à rede geral de esgoto. Outros 107 mil domicílios até possuem ligação, mas ainda utilizam fossa séptica. Além disso, 520 mil dependem exclusivamente de fossas sépticas sem conexão à rede, enquanto 266 mil adotam alternativas precárias, como descarte em rios, córregos ou outras formas improvisadas.

Todos os imóveis ligados diretamente à rede de esgoto estão localizados na zona urbana. Entre os que utilizam fossa séptica conectada à rede, 97,1% também estão nas cidades, somando aproximadamente 104 mil domicílios.

Em Cuiabá, a cobertura é bem superior à média estadual. Dos 244 mil domicílios, 189 mil estão ligados à rede de esgoto, o equivalente a 77,4%. Desses, 171 mil possuem conexão direta e 18 mil utilizam fossa séptica integrada à rede. No entanto, ainda existem 55 mil famílias sem acesso ao sistema, obrigadas a recorrer a fossas ou ao descarte irregular, o que representa riscos ambientais e de saúde pública.

A falta de saneamento básico é considerada um dos maiores desafios do Brasil. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), Mato Grosso figura entre os estados com os piores índices de coleta de esgoto do país.

Nacionalmente, cerca de 100 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à rede, e o déficit compromete diretamente a qualidade de vida, aumentando casos de doenças como diarreia, dengue, zika e leptospirose.