PODE SER CASSADO
Câmara de Pedra Preta abre investigação contra vereador por fala ofensiva à prefeita
Kamila Araújo

A Câmara Municipal de Pedra Preta (MT) instaurou, nesta segunda-feira (1º), uma Comissão Processante para apurar possível quebra de decoro parlamentar cometida pelo vereador Gilson da Agricultura (União), após declarações ofensivas feitas contra a prefeita Iraci Ferreira (PSDB) durante discurso na tribuna.
A abertura do procedimento foi aprovada em sessão ordinária com 8 votos favoráveis e apenas dois contrários, dos vereadores Éder da Mecânica (PSB) e Fernando Gelvalino (Podemos).
Acusações por misoginia e abuso de prerrogativas
O processo teve origem em três representações formalizadas no Legislativo Municipal, que foram unificadas por tratarem do mesmo episódio. O documento final reúne cinco denúncias, incluindo:
- Quebra de decoro parlamentar
- Violência política
- Abuso de prerrogativas
- Conduta misógina
As acusações estão ligadas à fala do vereador, que se referiu à prefeita como “cadela viciada por votos”, gerando forte repercussão na cidade e provocando manifestações populares. Moradores acompanharam a sessão e protestaram contra o parlamentar durante a leitura das denúncias, que durou cerca de uma hora.
Comissão terá até 15 dias para apresentar parecer
De acordo com o Regimento Interno da Casa, a comissão terá prazo de 15 dias para apurar os fatos e elaborar um parecer que pode recomendar a cassação ou a manutenção do mandato do vereador Gilson.
Após sorteio, a composição da comissão ficou definida da seguinte forma:
- Presidente: Edérico Machado (União)
- Relator: Francisco José de Lima (PSDB)
- Secretário: Fernando Gelvalino (Podemos)
- Vereador pediu desculpas, mas negou ofensa direta
Durante a sessão, Gilson usou a tribuna para se defender. Em um discurso de aproximadamente 10 minutos, reconheceu o impacto da declaração e afirmou que “não teve a intenção de ofender a prefeita ou as mulheres”, atribuindo o episódio a um momento de descontrole emocional.
“Vim esclarecer, não vim me redimir. Quero deixar claro que em nenhum momento quis direcionar o termo à prefeita ou ao gênero feminino. Foi um momento de ansiedade. Se pudesse voltar no tempo, mudaria o que disse”, declarou o parlamentar.