ESQUEMA DESMANTELADO
Organização criminosa mantinha arsenal para venda com fuzis, pistolas e empresas de fachada; advogado preso
A Polícia Civil de Mato Grosso revelou nesta terça-feira (2) que a organização criminosa alvo da Operação Conductor mantinha um verdadeiro arsenal bélico, com armas de grosso calibre, como fuzis e pistolas, além de grande quantidade de munições de diversos calibres. Ao todo, 190 munições foram apreendidas, algumas de calibres restritos, como 5.56 mm, normalmente utilizadas em armamentos de uso militar.
Entre os 12 presos na ação está o advogado Douglas Antônio Gonçalves de Almeida, detido em Várzea Grande. Segundo a delegada Bruna Laet, responsável pelas investigações, o grupo atuava de forma estruturada no tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada, dos ramos de transporte de pessoas, venda de alimentos e farmácias, entre outras.
“Além das armas de alto poder de fogo, encontramos empresas criadas apenas para lavar dinheiro. Há drogarias, empresas de energia solar, comércio de alimentos e até uma voltada para a produção de doces, como sonhos”, detalhou a delegada.
Nesta manhã, na casa de um dos alvos da operação, foram encontradas quase 200 munições de distintos calibres, incluindo de 556. O homem já havia sido preso no ano passado, mas voltou a ser alvo após a descoberta do seu envolvimento contínuo com o grupo.
“Esse homem não é o líder, mas integra a organização. Já o chefe, preso hoje, controlava toda a logística do tráfico: transporte, armazenamento, distribuição e ainda coordenava o esquema financeiro e a divisão de lucros, envolvendo inclusive familiares com empresas fantasmas”, acrescentou Bruna Laet.
A operação cumpriu 95 ordens judiciais, entre prisões e mandados de busca e apreensão. As investigações indicam que a organização movimentou mais de R$ 100 milhões em recursos ilícitos, oriundos do tráfico de drogas e da venda ilegal de armamentos.
A Operação
A investigação teve início após a prisão de um homem, de 31 anos, no dia 12 de abril de 2024, em Cáceres, pela Polícia Rodoviária Federal, que estava transportando 153,8 mil kg de cocaína em seu veículo, um Renault Master Eurolaf, que simulava ser utilizado para o transporte de passageiros.
Após a apreensão, as investigações, que tiveram duração de mais de um ano, identificaram um grupo criminoso voltado para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, com envolvimento de pelo menos 31 pessoas físicas e oito pessoas jurídicas.
Estão sendo cumpridos 16 mandados de prisão preventiva, 35 mandados de busca e apreensão, 39 bloqueios de valores e cinco sequestros de veículos, expedidos pelo Juízo da Quarta Vara Criminal da Comarca de Cáceres, em Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, São Luís (MA) e Jaboatão dos Guararapes (PE).