OPERAÇÃO CONDUCTOR
Advogado preso por tráfico ostentava R$ 700 mil em relógios Rolex e Hublot, além de uma Ram Rampage
Patrícia Neves

Cinco relógios de luxo das marcas Rolex e Hublot, que podem chegar ao valor de R$100 mil facilmente, cada um, além de uma caminhonete Ram Rampage, de valor superior a R$ 200 mil, e uma van Peugeot Expert Cargo, foram apreendidos durante a Operação Conductor, deflagrada na manhã desta terça-feira (2) pela Polícia Civil de Mato Grosso.
Os itens pertencem ao advogado Douglas Antônio Gonçalves de Almeida, de 32 anos, apontado como líder de um esquema criminoso de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que atuava em Mato Grosso e no Maranhão. Conhecido no grupo como “Doutor”, ele controlava toda a logística do tráfico: desde o transporte e armazenamento até a distribuição dos entorpecentes. O esquema, segundo a estimativa da Polícia, movimentou cerca de R$100 milhões. Em apenas quatro meses, R$ 45 milhões, além de duas toneladas de entorpecente.
Além dos bens de alto valor, a operação resultou na apreensão de R$ 29 mil em dinheiro vivo, três celulares, cinco veículos e 190 munições. Douglas foi preso e permanece detido na Cadeia Pública de Várzea Grande, por ordem da 4ª Vara Criminal de Cáceres.
As investigações, conduzidas pela Defron (Delegacia Especializada em Crimes de Fronteira) e pela Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado) de Cáceres, duraram mais de um ano. A polícia cumpriu 91 das 95 ordens judiciais expedidas, incluindo 12 mandados de prisão, sendo que um dos alvos também foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
De acordo com a delegada Bruna Laet, Douglas exercia papel central na organização criminosa. “Era ele quem determinava os dias em que o transporte seria feito, controlava as viagens remotamente, efetuava os pagamentos e cuidava da van usada no tráfico. Também definia onde a droga seria armazenada e para quem seria entregue”, afirmou.
A investigação revelou ainda que o esquema era familiar: pelo menos seis parentes do advogado estavam envolvidos diretamente nas ações criminosas, incluindo a irmã, esposa, mãe, irmão, tia e cunhada. A irmã atuava como principal operadora financeira e distribuidora dos entorpecentes em Várzea Grande, movimentando grandes quantias em contas de pessoa física e jurídica. Para que pudessem fazer o transporte da droga, o grupo operava com empresas de fachada de transporte, venda de alimentos e revenda de placas de energia solar.