DE VOLTA AS ORIGENS
“Estamos onde sempre deveríamos estar: combatendo o PT”, diz Garcia após saída do União do governo Lula
Kamila Araújo
O secretário-chefe da Casa Civil e deputado federal licenciado, Fábio Garcia (União Brasil), afirmou que a decisão da federação formada por União Brasil e Progressistas (PP) de romper com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) representa um retorno às origens oposicionistas do partido.
Segundo Garcia, o União Brasil nasceu da fusão de duas siglas historicamente contrárias ao PT — o Democratas e o PSL, partido pelo qual Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República em 2018. Para ele, a permanência no governo federal não condizia com a identidade da legenda.
“O União Brasil nasceu de dois partidos de oposição ao PT. Não tinha sentido apoiarmos esse governo. Pensamos diferente, agimos diferente, não acreditamos no modelo do PT de governar”, afirmou.
Nesta terça-feira, a federação orientou os filiados entregarem os cargos no governo Federal. Para Garcia, essa saída formaliza uma postura que, na prática, já existia.
“Não tínhamos alinhamento com o governo, mas o partido ocupava um ministério. Hoje, o presidente determinou a saída de todos os cargos do União e do PP. Acredito que agora o partido segue mais independente”, declarou.
Com a medida, União Brasil e Progressistas deixam oficialmente a base do governo Lula no Congresso Nacional. Segundo Garcia, o partido agora assume uma posição coerente com seu histórico político:
“A decisão de hoje coloca o partido na posição que sempre deveríamos estar: combatendo o PT.”
Nos bastidores, o movimento também é visto como um reposicionamento estratégico com foco nas eleições de 2026, diante do enfraquecimento do apoio político ao governo federal em algumas regiões do país, incluindo o Centro-Oeste.
Garcia é um dos principais nomes do União Brasil em Mato Grosso e aliado direto do governador Mauro Mendes (União). Ele vinha defendendo o afastamento do partido do governo desde o início da gestão Lula.