DEVE ENTREGAR PASSAPORTE
Biomédico alvo da Operação Contraprova deixa prisão e vai usar tornozeleira eletrônica
Da Redação

O biomédico Igor Phelipe Gardes Ferraz, preso durante a Operação Contraprova por suspeita de fraudes em exames laboratoriais, obteve liberdade provisória mediante o cumprimento de medidas cautelares determinadas pela Justiça. A decisão substitui a prisão preventiva pelo uso de tornozeleira eletrônica e outras restrições.
Responsável técnico pela rede de laboratórios Bioseg Medicina Laboratorial, Igor foi preso em agosto deste ano. Segundo as investigações, o laboratório descartava as amostras biológicas sem analisá-las e emitia laudos laboratoriais com resultados falsos. Na decisão judicial, o magistrado acolheu manifestação do Ministério Público e determinou que Igor será monitorado eletronicamente, devendo zelar pelo bom uso do equipamento, sob pena de sanções previstas no artigo 146-C do Código Penal.
Além disso, o biomédico está obrigado a comparecer mensalmente em juízo, até o quinto dia útil de cada mês, para informar e justificar suas atividades; não se ausentar da comarca sem autorização prévia da Justiça; entregar seu passaporte no prazo de 24 horas e comunicar a entrega à Polícia Federal.
Conforme a Polícia, o laboratório recebia e coletava amostras de material biológico, incluindo secreção de pacientes de home care, realizando ainda exames de covid-19, toxicológico e de doenças como sífilis, HIV e hepatites. Os laboratórios possuíam unidades nos municípios de Cuiabá, Sinop e Sorriso.
Porém, no decorrer das investigações, foi apontado que o laboratório não realizava os exames internamente nem enviava os materiais biológicos para outros laboratórios, como afirmavam os sócios. As amostras coletadas dos pacientes eram descartadas sem qualquer análise e os resultados dos laudos eram falsificados pelo sócio responsável técnico, que também é biomédico. Ele foi preso preventivamente nesta sexta-feira.