Emocionada, prefeita cita risco real de tragédia, abandono de gestões passadas e gerador de 30 anos no PSVG

Na manhã desta quinta-feira (4), visivelmente emocionada, a prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti, se pronunciou oficialmente sobre a pane elétrica registrada no Hospital e Pronto-Socorro Municipal, que resultou na transferência emergencial de 22 pacientes das UTIs Adulto, Pediátrica e Neonatal. Acompanhada da secretária de Saúde, Deise Bocalon, elas vistoriaram a unidade. Durante a madrugada, Flávia permaneceu no prédio até que as transferências fossem executadas pelas equipes.

Segundo a prefeita, o problema teve início por volta da meia-noite, quando uma oscilação de energia afetou um transformador externo da unidade. Horas depois, já por volta das 2h30 da madrugada, o transformador interno também foi comprometido, levando à completa interrupção no fornecimento de energia elétrica em setores essenciais do hospital.

“A parte externa foi a primeira a apresentar falha. Depois, por volta das 2h30 da madrugada, o nosso transformador interno estourou de vez. A energia da unidade foi totalmente comprometida. A partir daí, não havia mais o que fazer localmente, porque o problema era interno e estrutural”, explicou.

Flávia Moretti detalhou ainda que o transformador danificado tem mais de 30 anos de uso, e o gerador de energia do hospital, também antigo, não conseguiu suprir a demanda emergencial.

“O gerador é antigo e não conseguiu acionar. Com isso, tivemos que tomar a difícil decisão de fazer a remoção dos pacientes. Foi uma situação muito delicada, com crianças, adultos, inclusive um recém-nascido de apenas 15 dias”, relatou.

A prefeita afirmou que, já no segundo dia de sua gestão, em 2 de janeiro, ela e a secretária municipal de Saúde, Deisi Bocalon, identificaram as deficiências estruturais da unidade e iniciaram o processo para captação de recursos, em parceria com o Governo do Estado, para viabilizar uma ampla reforma no hospital.

“Essa reforma está em andamento. O governador Mano Mendes enviou recursos e já estamos trabalhando na reestruturação do telhado, na substituição do sistema elétrico, na troca dos transformadores e geradores e na reforma dos banheiros. Tudo isso está dentro do cronograma da obra”, disse.

Ao ser questionada sobre a priorização da obra, Flávia reafirmou que a troca dos equipamentos sempre foi uma prioridade da sua gestão, mas explicou que, tecnicamente, era necessário iniciar pela reforma do telhado, para depois intervir no sistema elétrico com segurança.

“A prioridade sempre existiu. Não é algo que deixamos de lado. Mas a obra tem fases: primeiro o telhado, que estava comprometido e não podia continuar em estado precário, principalmente com a chegada das chuvas. Agora, com o telhado sendo finalizado, vamos iniciar a troca do transformador. Inclusive, o novo já está a caminho”, afirmou.

A prefeita também lamentou o risco que a estrutura antiga representava e destacou que, embora situações semelhantes tenham ocorrido em gestões anteriores, sua administração tomou providências concretas para resolver o problema.

“Funcionários relataram que situações parecidas já ocorreram no passado. A diferença é que agora nós tomamos providências: buscamos recursos, compramos os equipamentos, e vamos trocar. Não se trata mais de consertar, mas de substituir todo o sistema”, declarou.

Por fim, Flávia Moretti reforçou que a troca do transformador será feita de forma emergencial e em 24 horas, mas que o restante da parte elétrica será concluído conforme o cronograma de obras já estabelecido.

“O risco de incêndio era real. Mas estamos agindo com total responsabilidade para evitar que tragédias aconteçam. Nosso compromisso é com a vida das pessoas e com a modernização do nosso sistema de saúde”, concluiu. A prefeita agradeceu ao gestor de Cuiabá e ao Estado. E também reforçou que se a situação elétrica fosse ainda mais grave, sim, poderia se registrar uma grande tragédia até a desocupação total dos leitos da unidade hospitalar.