NOVA OFENSIVA
Carros de luxo, bolsas de grife e joias estão entre os itens apreendidos em operação contra o Comando Vermelho
Patrícia Neves

Carros de luxo, bolsas de grifes internacionais, joias e veículos como Toyota Corolla, Volkswagen Virtus e SW4 estão entre os bens apreendidos na manhã desta quarta-feira (10) durante a Operação Tempo Extra, deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso. A ação tem como objetivo desarticular a atuação de uma facção criminosa envolvida com movimentações milionárias ligadas ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro.
A ofensiva é coordenada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco), e cumpre 15 ordens judiciais expedidas pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juízo das Garantias. Entre as medidas estão um mandado de prisão preventiva, 10 de busca e apreensão, três de sequestro de veículos, bloqueio de R$ 1 milhão em contas bancárias e a suspensão de uma atividade econômica.
Um dos principais alvos da operação é Joseph Ibrahim Khargy Júnior, preso nesta fase da investigação. Ele é apontado como responsável por dar sequência às operações criminosas da facção, atuando como “braço direito” de Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como W.T., considerado o tesoureiro e líder do Comando Vermelho em Cuiabá. De acordo com o Boletim de Ocorrência de sua prisão, para que os policiais pudessem entrar em sua residência, foi necessário o arrombamento da porta principal, uma vez que o pai do alvo se recusou a atender à ordem de abertura imediata. No interior da residência, Joseph Júnior foi cientificado da medida cautelar em seu desfavor, não apresentando qualquer reação no momento da abordagem. Na casa, foram apreendidos um Corolla e um veículo Ônix.
A Operação Tempo Extra é um desdobramento da Operação Apito Final, deflagrada em abril de 2024, que revelou um esquema de lavagem de dinheiro superior a R$ 65 milhões. Na época, 54 ordens judiciais foram cumpridas, incluindo o sequestro de 45 veículos e a indisponibilidade de 33 imóveis.
Segundo a Polícia Civil, mesmo com a prisão de líderes na fase anterior, as investigações apontaram que o grupo criminoso seguiu atuando, com novos integrantes assumindo funções estratégicas para manter o esquema ativo. Joseph teria assumido a responsabilidade de reorganizar o núcleo financeiro da facção, além de coordenar a distribuição de drogas e facilitar a fuga de comparsas, agindo como suporte logístico do grupo.
A operação faz parte do planejamento estratégico da Polícia Civil, por meio da Operação Inter Partes, integrada ao programa Tolerância Zero, do Governo de Mato Grosso, que intensificou o combate às facções criminosas no estado. A ação também integra a Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Renorcrim).